No decorrer do processo de industrialização brasileiro, da década de 1930 ao século XXI, o sistema rodoviário de transportes consolidou-se de maneira quase exclusiva. Em decorrência disso, de maneira mais intensa a partir do período pós segunda guerra, o transporte rodoviário, sobrecarregado, começou a ser um entrave para a competitividade dos produtos nacionais, devido a seu elevado custo. Com isso, surge a problemática da precariedade do sistema de transportes nacional que persiste intrinsecamente ligada à realidade do país, seja pela insuficiência de investimentos, seja pela dependência de rodovias. É indubitável que a questão rodoviária e sua debilidade estejam entre as causas do problema. De acordo com dados do ministério dos transportes, o escoamento de cargas no país, predominantemente, é feito em rodoviárias. Dessa forma, é possível perceber que, no Brasil, a falta de manutenção das vias e de investimentos, aliado ao elevado trafego de grandes veículos, reduzem a competitividade da produção nacional, haja vista que, embora a produtividade se encontre em plena expansão, a rentabilidade da mesma é prejudicada em virtude dos elevados custos do transporte rodoviário. Desse modo, evidencia-se a importância do reforço nos investimentos como forma de combate à problemática. Outrossim, destaca-se a relação de dependência do escoamento nacional para com as rodovias como um grande maleficio. O caráter nocivo de tal dependência, como evidenciado pela greve dos caminhoneiros ocorrida recentemente, se manifesta na grande sensibilidade, desenvolvida, as possíveis crises rodoviárias. Observa-se, como precursor da referida relação, que o uso de ferrovias e hidrovias não foi adotado, de maneira mais ampla, no sistema de transportes, pois, em muitos governos como o de JK, optou-se pelo rodoviarismo, para atrair indústrias automobilísticas para o solo pátrio. Assim, o desenvolvimento, quase que exclusivo dos sistemas rodoviários, sem a devida atenção as alternativas, foi um dos responsáveis pelo encarecimento dos produtos nacionais, agravando o problema da falta de competitividade no Brasil. Entende-se, portanto, que os elevados custos de escoamento na contemporaneidade é fruto da, mal planejada, política rodoviarista e da falta de investimentos em hidrovias e ferrovias. A fim de atenuar o problema, o Governo Federal deve elaborar um plano de implementação de novas hidrovias e ferrovias, aliado à esfera estadual e municipal do poder, principalmente nas áreas que mais necessitem, além de criar meios de integra-las com abrangência nacional junto às rodovias, como forma de descongestiona-las. Dessa forma, com base no equilíbrio dos referidos sistemas de transporte, esse fato será gradativamente minimizado no país.