Durante a Primeira Revolução Industrial, o advento de meios de transporte como a locomotiva a vapor foi imprescindível para a evolução econômica das nações industrializadas, pois possibilitou o deslocamento dos produtos. No entanto, embora tenha-se verificado que o investimento em modais de transportação é essencial para o desenvolvimento da economia de um país, o Brasil ainda apresenta um deficit no que diz respeito ao escoamento da produção interna, que é prejudicado por razões tanto históricas quanto governamentais e que necessita de alternativas para resolução do problema. Em primeiro plano, convém analisar o deficitário escoamento da produção brasileira sob um viés histórico. Sendo assim, cabe destacar que durante o governo de Juscelino Kubitschek, devido à necessidade de se integrar rapidamente o território nacional, o sistema rodoviário, de rápida implementação, foi extremamente valorizado, em detrimento de outros modais, como o ferroviário. Contudo, os malefícios desse tipo de transporte, como a constante demanda por manutenção das estradas, não foram levados em conta, o que justifica os atuais obstáculos enfrentados por produtores de soja, cuja produção é majoritariamente escoada por caminhões que são guiados por rodovias em péssimas condições. Desse modo, vê-se que a problemática tem raízes históricas e que uma reavaliação na matriz de transportes brasileiro é vital. Outrossim, vale salientar que a ação do Estado também afeta o escoamento de produtos no Brasil. Isso porque, apesar de o país ser detentor de vários recursos naturais que possibilitam a adoção de modais de transporte variados, como um vasto litoral e áreas agricultáveis propícias para a produção de biocombustíveis, o Poder Público não procura investir em infraestrutura básica para um escoamento adequado. Tal fato é observado nos dados do Instituto Geração de Conhecimento, que mostram que o governo brasileiro investe apenas 0,8% do PIB nessa área, enquanto países desenvolvidos destinam cerca de 10% do PIB a esse mesmo campo. Dessa maneira, verifica-se que a inércia do Estado dificulta o alcance de alternativas para o escoamento de produtos no Brasil. Evidencia-se, portanto, que há uma problemática que envolve o escoamento de produtos na nação. Nesse sentido, o Ministério dos Transportes, em parceira com empresas privadas, deve angariar recursos para serem utilizados na construção de ferroviais e hidrovias que integrem todo o território brasileiro, a fim de reduzir a dependência no sistema rodoviário e de utilizar todo o potencial do país na diversificação de modais de transporte. Ademais, em curto prazo, o Poder Executivo deve promover a conservação das rodovias, objetivando evitar acidentes e atrasos no deslocamento de bens. Dessarte, o problema será atenuado, e o Brasil poderá obter um maior destaque no comércio internacional.