Desde o início do séc. XV, período marcado pelas Grandes Navegações e embrião da Globalização, o mundo passou por processos de trocas de mercadorias e culturais. Entretanto, com essa larga herança comercial, países como o Brasil ainda enfrentam entraves em relação ao escoamento de produtos, seja pela má gestão dos portos, seja pela situação deficitária do modal rodoviário. Em suma, essa conjuntura se reverbera no encarecimento dos produtos e na perda de competitividade dos produtos brasileiros no cenário global. É importante ressaltar, a priori, que a principal dificuldade de logística de transporte no Brasil advém da má distribuição do seu modal terrestre. De acordo com o IBGE em 2009, mais de 60% do transporte de cargas era feito em rodovias. O problema dessa carência de alternativas resulta no valor final do produtos, visto que diferente das ferrovias, o sistema rodoviário onera dramaticamente a lógica de defluência do transporte de cargas por conta de sua ineficácia em realocar suprimentos a um custo muito alto, além de ser mais vulnerável a acidentes e roubos. Desse modo, vê-se a necessidade de aumentar investimentos na construção de ferrovias que conectem regiões produtoras de mercadorias às regiões consumidoras ou de distribuição com o intuito de tornar eficiente o defasado sistema dessas redes terrestre. Ademais, é preciso redefinir a gestão dos portos brasileiros, pois estes atuam diretamente na eficácia do escoamento das commodities nacionais. Em recente matéria do programa de Fantástico, o Brasil figura na última posição do ranking de qualidade dos portos em comparação aos integrantes do BRICS. Essa situação é resultado de falhas burocráticas que tornam morosa a liberação de cargas que precisam do aval de órgãos fiscalizadores. Inclui-se a isso, a carência de infraestrutura em função da falta de espaço para estocagem de produtos e de pontos de atracagem de navios. Assim, constata-se que ações governamentais são urgentes para a melhoria da capacidade de operação dos portos. É preciso, portanto, buscar alternativas que viabilizem o escoamento dos produtos brasileiros. Logo, o Ministério do Planejamento consoante o Ministério dos Transportes devem elabora um Plano de Integração Modal que, de forma estratégica, direcione recursos para a ampliação da malha ferroviária e modernização da estrutura física dos portos, além de institucionalizar a agilização dos processos burocráticos. Nesse plano deve haver ainda, um projeto que canalize com eficácia, os principais portos às redes férreas com as zonas mais produtivas. Essas medidas propiciarão o escoamento assertivo, e por conseguinte, diminuição dos preços de produtos, o aumento do superávit e destaque dos produtos brasileiros mundialmente.