Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Alternativas para o escoamento de produtos no Brasil

Redação enviada em 22/07/2018

A greve dos caminhoneiros, ocorrida no mês de maio, afetou o Brasil inteiro devido à interrupção do fornecimento de diversos bens de consumo e evidenciou um problema que esbarra nas dimensões territoriais do país, que é a dependência excessiva de caminhões para realizar esse serviço, pois caminhoneiros enfrentam adversidades que poderiam ser evitadas com a implementação de ferrovias. Para encontrar soluções, é necessário que sejam analisados aspectos como a concepção do sistema rodoferroviário e falta de investimento em ferrovias e na manutenção de estradas brasileiras. Desde o governo de Juscelino Kubitscheck, em razão do Plano de Metas, cujo slogan era cinquenta anos em cinco, a produção agropecuária e tecnológica, aumentada abruptamente, teve de ser acompanhada por um sistema de escoamento que alcançasse todas as regiões do Brasil. No entanto, por ter o tamanho de um continente, a tentativa de construir rodovias e ferrovias que correspondessem a esse objetivo de forma rápida e com pouco planejamento não deu certo. De maneira similar, o Milagre Econômico, da época da ditadura, tentou integrar o norte ao nordeste e falhou, pois, projetos com dimensões absurdas não foram planejados adequadamente. Nesse contexto, rodovias e ferrovias inacabadas ou ineficientes atrasam o desenvolvimento rodoferroviário do país. Outro ponto importante são os motivos que levam à falta de investimento em construção e manutenção de ferrovias. Segundo a revista Exame, uma malha ferroviária ampla e interligada traria enormes benefícios ao Brasil, no entanto, esse ideal necessitaria de um planejamento de no mínimo sessenta anos de execução. Logo, trocas frequentes de governo, fator que favorece a falta de continuidade dos projetos, associada aos custos altíssimos de se construir e fazer manutenção de uma ferrovia, que custa quatro vezes mais do que uma rodovia de mesmo tamanho, conforme a BBC Brasil, resultam em uma malha viária abandonada e em rodovias cada vez mais saturadas pela quantidade de veículos que aumenta a cada dia. Além das dificuldades de logística, o único órgão que cuidava do sistema ferroviário brasileiro foi privatizado em 1999, conforme estudo do DNIT. Embora não necessite de dinheiro público para administrar as ferrovias, há um limite de concessão às empresas de apenas 30 anos, que resulta em falta de continuidade nos serviços e ferrovias acabam sendo abandonadas. Portanto, é um problema que necessita da participação do governo e das empresas concessionárias do serviço. Nesse sentido, os governantes que passam a cada eleição devem dar continuidade ao planejamento em longo prazo, e esse planejamento deve conter o aumento do tempo de concessão e a reestruturação de um órgão para que as atividades das empresas sejam normatizadas e fiscalizadas. Ademais, as concessionarias devem encontrar soluções adequadas à realidade Brasileira, tendo em vista as dimensões territoriais. Desse modo, será possível integrar os centros econômicos e potencializar a economia brasileira, que já está em ascensão.