Durante o período de virada da década de 1950 para 1960, eficiência foi o imperativo de defesa da sobrevivência da nação e indispensável para viver os 50 anos em 5, nas palavras de Juscelino Kubitschek. Essa mesma palavra enseja o debate atual acerca do futuro do setor agrícola brasileiro, em relação à logística ineficiente do transporte rodoviário, que atende o produtor interiorano. Nesse sentido, procurar por alternativas com crivo na maior eficiência do escoamento da produção brasileira é o mesmo que prezar pela manutenção da soberania nacional. De forma similar ao passado, o escoamento dos produtos brasileiros se faz de forma pouco diversificada. O fato é que três-quartos da produção agrícola é dependente do transporte rodoviário, economicamente inviável para cobrir o território nacional e suas demandas de logística, uma vez que essa modalidade tem pouca capacidade de carga e maior consumo de combustível em comparação com o transporte ferroviário. Nesse sentido, somado a atividade ineficiente da logística brasileira, os produtos nacionais perdem em competitividade no mercado internacional de commodities frente a estados Unidos e China, com custos de escoamento para os portos até 75% mais baixos que no Brasil. Além disso, face ao ofício de zelar pela soberania nacional, o Governo Federal tem faltado com o dever de desenvolver e prover manutenção para novas formas de transporte da produção interna. Não obstante, os resultados da perda em competitividade dos produtos nacionais, em função dos altos custos da gestão rodoviária propulsionam o desequilíbrio da balança comercial e desincentivo ao crescimento do setor agrícola, estratégico para o Brasil, visto que representa 46% das exportações nacionais, de acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. Desse modo, tutelar por uma maior eficiência e diversificação dos meios de escoamento da produção brasileira é objetivo pátrio de valorização da imagem do Brasil frente ao mercado internacional. Sendo assim, o Ministério da Fazenda pode, conjuntamente com o Ministério dos Transportes, construir um novo programa que capte recursos da iniciativa privada, por meio de concessões administrativas, para a construção e reforma da malha ferroviária brasileira, para que assim novas regiões da crescente fronteira agrícola sejam atendidas por um sistema mais eficiente na defluência, até os grandes portos, dos grãos e outros manufaturados da indústria nacional.