O Brasil é, historicamente, um país com grande potencial agroeconômico. No Período Colonial a cana de açúcar era produto de forte interesse dos países ibéricos; hoje, o cultivo e a exportação de soja, bem como outros produtos, crescem anualmente e constituem parcela significativa da nossa economia. Entretanto, esse mercado ainda perde toneladas de alimentos todos os dias e retarda entregas de mercadorias devido ao precário e, em alguns casos, errôneo sistema de escoamento praticado no país. Nesse sentido, é notória a importância de alterar esse quadro. É visível que o transporte rodoviário não funciona com máxima efetividade em trajetos de proporções continentais. O alto valor de manutenção das estradas e o preço dos combustíveis, somados a baixa capacidade de armazenamento, aumentam substancialmente o custo dos produtos ao consumidor e reduz os ganhos do produtor devido à perda de mercadorias por roubos ou acidentes. Portanto, o transporte de produtos precisa ser analisado de forma logística, e, para isso, é importante a diversificação de transportes entres os municípios e estados brasileiros. É perceptível, também, que a concentração do escoamento da produção em um único modal de transporte dificulta e atrasa a entrega de mercadorias, que com o deslocamento adequado poderia chegar mais facilmente aos postos de venda no mercado nacional e internacional. Além disso, tal concentração de mobilidade rodoviária possibilita transtornos como os ocorridos na Greve dos Caminhoneiros em maio de 2018, quando diversos trabalhadores rurais perderam seus produtos e o mercado consumidor não era abastecido regularmente. Dessa maneira, é notável a necessidade de mudança desse quadro na sociedade brasileira. O Ministério do Transporte, portanto, deve implementar modais ferroviários que liguem os trajetos mais distantes do país, com os recursos financeiros de impostos cobrados no deslocamento dos produtos, com o intuito de diminuir o tempo de viagem dos alimentos, viabilizando maior aproveitamento das safras. Cabe ao Ministério do Planejamento criar opções logísticas mais viáveis, com o aproveitamento de transportes fluviais e marítimos, bem como incentivar os produtores a buscar esses modais, através de incentivos fiscais, visando à mudança do saturado mercado rodoviário para a diversificação dos modais. Assim, mais um passo será dado na direção da resolução do problema de escoamento de produtos no país.