Segundo Blaise Pascal, filósofo racionalista, o que distingue e caracteriza o homem em relação aos outros seres, é sua capacidade de raciocinar e refletir sobre os eventos que o circundam. Nesse contexto, as problemáticas que envolvem o deslocamento de produtos no Brasil, devem ser tratadas de forma racional por meio de logísticas de transporte que visem o investimento na infraestrutura dos setores de escoamento, reduzindo, por conseguinte, os prejuízos à economia e sociedade brasileiras. A precariedade dos meios de transporte, assim como das vias utilizadas por esses, impactam na cadeia de suprimentos, do produtor ao consumidor final. Dessa forma, a qualidade e o custo do produto são significativamente afetados, contribuindo, portanto, para instauração de um déficit na produção do agronegócio que, hodiernamente, compõe grande parte do PIB do país. Consoante a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) afirma que, devido à carência na infraestrutura, em principal, das rodovias, o país tem um gasto adicional de 3,8 bilhões de reais com o translado. Outrossim, de acordo com o Ministério da Agricultura, a safra de grãos deve aumentar em 30% nos próximos dez anos. Assim, caso as falhas nas vias de transporte não sejam revisadas e corrigidas, o problema tende a acentuar. Nessa perspectiva, o Ministério do Transporte, em parceria com outros órgãos, vem desenvolvendo o Plano Nacional de Logística Integrada que visa distribuir as cargas entre os diferentes setores de locomoção, rodoviário, ferroviário e hidroviário, objetivando a não sobrecarga de um único meio e a intensificação do fluxo de escoamento. Entretanto, o projeto não é tratado com prioridade e, por isso, os transtornos ao produtor e à sociedade são agravados. Dessarte, indubitavelmente, medidas são necessárias para reverter a problemática. O Ministério do Transporte deve dar atenção prioritária ao projeto de logística que vem sendo estudado, uma vez que, investindo na pavimentação das rodovias e na infraestrutura das ferrovias e hidrovias, a distribuição dos produtos será feita de forma mais adequada e em menor tempo, contribuindo, a longo prazo, para uma atenuação no custo dos suprimentos e para dissolução do déficit econômico no agronegócio brasileiro. Dessa maneira, a racionalidade humana será capaz de superar as adversidades que compõem as esferas sociais.