No universo da Marvel, Ben Parker diz a seu sobrinho, o Homem-Aranha, que com grandes poderes vêm grandes responsabilidades. Contudo, ignorando esse ensinamento, Peter Parker deixa um ladrão escapar, mesmo com a capacidade de detê-lo, e o bandido acaba por assassinar seu tio. Analogamente, o Brasil, embora seja uma das dez maiores potências econômicas mundiais, ainda não solucionou problemas graves como a falta de alternativas para o escoamento da produção, seja pela inércia governamental, seja pela corrupção sistêmica presente na nação verde-amarela. Mormente, é preciso ressaltar que, conforme mostrou a Biologia, com a Teoria da Evolução do naturalista inglês Charles Darwin, apenas os mais adaptados podem sobreviver às vicissitudes da natureza. Da mesma maneira, uma nação em busca do desenvolvimento deve se adaptar e superar os desafios da contemporaneidade. Destarte, é essencial que o Estado implemente políticas públicas efetivas, as quais possam levar à diversificação do atual modal de transportes no país, uma vez que a falta de alternativas às rodovias pode representar sérios riscos econômicos e sociais ao Brasil, como mostrou a crise causada pela greve dos caminhoneiros em meados de 2018. Nesse contexto, vale lembrar que os poderes político e econômico encontram-se intimamente ligados em uma relação desarmônica que, na maioria das vezes, favorece o capital em detrimento das necessidades da população. Aliás, segundo o filósofo Karl Marx, “a desvalorização do mundo humano aumenta em proporção direta com a valorização do mundo das coisas”. Por conseguinte, setores poderosos da economia, como o automobilístico e o petrolífero, usam sua influência política para suprimir qualquer mudança que possa ameaçar seus lucros, dificultando, desse modo, o desenvolvimento das ferrovias e hidrovias brasileiras. Fica claro, portanto que essa conjuntura precisa mudar. Nesse sentido, é fundamental que o Poder Público incentive os modais de transporte como as hidrovias e ferrovias, mediante a ampliação do Programa de Aceleração do Crescimento e parcerias com o setor privado, com o fito de diminuir a dependência brasileira das rodovias. Em consonância, as ONGs devem mobilizar a população, por meio de abaixo-assinados e manifestações pacíficas, no intuito de pressionar a classe política a efetuar as mudanças estruturais essenciais ao desenvolvimento econômico do país. Assim, o Brasil estará indo ao encontro do ensinamento do tio Ben, assumindo sua responsabilidade como potência mundial.