No governo de Juscelino Kubitschek, no período da industrialização brasileira, houve um massivo investimento no setor automobilístico do país. Entretanto, atualmente, o domínio desse setor agrava o escoamento de produtos no Brasil, por conta da falta de infraestrutura de qualidade nas rodovias e da fraca logística nos modais de transporte da nação. Deve-se pontuar, de início, que a precária infraestrutura das rodovias brasileiras agrava o escoamento de produtos no Brasil. Isso ocorre porque muitas estradas que ligam importantes pontos de produção e distribuição de mercadorias possuem péssimas condições de uso, pela presença de buracos e congestionamentos, como é o caso das BRs 163, 262 e 267 relatadas pelo site do Agrownegócio. Por consequência, a velocidade de distribuição desses produtos acaba sendo imprevisível, atrapalhando a logística de exportação nos portos brasileiros e evidenciando a incapacidade do Estado em gerenciar essa questão. Outrossim, a fraca logística nos modais de transportes também é um problema, visto que o setor rodoviário brasileiro possui um domínio em relação a outros modais, como o ferroviário e o hidroviário, como já foi relatado diversas vezes pela Folha de São Paulo. Consequentemente, o escoamento de produtos fica limitado ao setor automobilístico, sendo a lentidão e os altos custos do fluxo de mercadorias brasileiras um grande impasse. Desse modo, fica evidente que o político colombiano, Enrique Peñalosa, estava correto ao afirmar que a economia de exportação de um país é sustentada, em parte, pela logística de transporte. Nesse cenário, o Ministério da Fazenda deverá destinar verbas, com auxílio da Receita Federal e com capital do dinheiro público, para empresas privadas e estatais, a fim de que essas empresas disponibilizem trabalhadores para reparar os danos nas rodovias brasileiras, objetivando a manutenção de estradas de qualidade para um escoamento mais dinâmico. É imprescindível, ainda, que o Ministério dos Transportes, em parceria com o Ministério da Fazenda, estude os modais de transporte brasileiro que merecem um maior investimento financeiro, com o propósito de que a logística do fluxo de mercadorias no Brasil funcione de uma forma mais veloz e efetiva. Assim sendo, o argumento de Enrique Peñalosa servirá de aprendizado ao Brasil.