De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), na safra agrícola de 2014/2015 obteve-se expansão de 7,9% em relação à safra anterior. Não há dúvidas de que o modal primário de transporte de cargas – e também de pessoas – no país é o rodoviário, e que este se tem mostrado insuficiente, tanto pela carência de melhorias nas rodovias como pela exiguidade de investimentos em outros modais. Segundo dados de 2009 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 60% do transporte de carga foi consolidado utilizando-se o modal rodoviário. Os aspectos funcionais da malha rodoviária, entretanto, têm deixado a desejar: os danos ocasionados ao pavimento pelo alto volume de tráfego nem sempre recebem manutenções constantes e adequadas. Isso decorre de licitações mal planejadas bem como da falta de pedágios. Por conseguinte, é amplificado o risco de acidentes, que resultaria na perda da carga e consequente aumento dos preços. É indubitável que a produção agrícola cresceu em escala maior do que a capacidade de transporte; prova disso é o alto custo dos gêneros alimentícios, suscitado pelo dispêndio em logística. Isso ocorre porque são priorizados pelo Governo os subsídios em rodovias, em detrimento da retomada do setor ferroviário, desencorajado desde o plano de desenvolvimento nacional de Juscelino Kubitschek na década de 1950. Por conta disso, modais com grande potencial de aliviar o rodoviário são mantidos inertes, atuando, no sentido do aumento dos preços para a população. Assim, depreende-se que a priorização do sistema rodoviário e a inadequada gestão deste lesam a eficiência do transporte de cargas no Brasil. Dessa forma, cabe ao Governo Federal a aquisição e atribuição das estradas de ferro privatizadas ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), sendo este incumbido da elaboração de um plano de ampliação e reparos, visando atender as principais regiões de produção agrícola. Ademais, a modernização de portos e subsídios ao modal aquaviário, em especial no norte do país, propiciariam maior eficiência e menor custo no escoamento de produtos.