O chamado Plano de Metas do governo de Juscelino Kubitschek, na década de 50, incluía, entre outros objetivos desenvolvimentistas, pesados investimentos na indústria automobilística e na construção de rodovias, fazendo com que, a partir dali, a malha de transportes no Brasil se tornasse majoritariamente rodoviária, o que atualmente demonstra seus efeitos negativos. Rodovias sucateadas pelo elevado peso das cargas, assaltos e acidentes estão entre os problemas mais evidentes, com a busca por meios alternativos de transporte de produtos sendo de vital importância. A falta de investimento em meios alternativos de transporte como o ferroviário (trens) e o hidroviário (portos) se converte em problemas na logística do escoamento agrícola por conta da dificuldade na manutenção das rodovias e também pelos portos não modernizados. Isso influi diretamente no custo do transporte da produção, que no Brasil chega a ser até quatro vezes maior comparado a países como Argentina e Estados Unidos, segundo cálculos da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). Dessa forma, torna-se evidente a urgência de modificações no modo de escoamento de produtos no país. Outro problema percebido no modo atual de transporte de cargas é a falta de segurança, que é gerada pelos frequentes acidentes e roubos de carga nas estradas. Com as vias extremamente esburacadas, não são raros os choques e tombamentos de caminhões, que podem resultar na perda do produto ou em fatalidades. Somado a isso, dada a facilidade de abordar um caminhão em meio a uma estrada vazia, também são frequentes os roubos de carga, o que também acarreta na perda de parte da produção. Levando-se em conta que nos meios hidroviário e ferroviário tanto os acidentes quanto os roubos são menos frequentes, deve-se pensar em maiores investimentos nesses meios de transporte. Dessarte, é iminente que sejam feitas mudanças no modelo atual - centrado nas rodovias. Deve o Governo Federal, por intermédio do Ministério da Indústria e Transportes e também do Ministério da Fazenda, lançar um plano de reforma na malha de escoamento do país, com investimentos na ampliação da malha ferroviária juntamente com a modernização dos portos, a fim de diminuir a frota de caminhões e baratear os custos da logística agrícola. Plano esse que deve ser custeado por meio de convênios com o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento e Sustentabilidade). Assim, irá se modernizar a ideia inicial dos “50 anos em 5” (Plano de Metas) de Juscelino e o Brasil terá uma infraestrutura de transporte que, além de grande, será muito mais eficiente.