A recente crise gerada pela greve dos caminhoneiros no Brasil tornou ainda mais evidente a dependência da economia nacional para com o transporte rodoviário. É infeliz a constatação de que um país com tanto potencial para a diversificação aposte quase todos os seus recursos em uma forma de escoamento, em vários aspectos, já defasada em comparação aos países desenvolvidos, todavia existem diversas causas históricas que levaram a essas circunstâncias. Tendo em vista menos o aspecto econômico e mais o sociopolítico, uma análise da eventual origem dessa problemática acaba ficando mais clara. Ao longo de todo o século XX, passando por Vargas, JK e os militares, o Brasil atravessou uma onda de políticas desenvolvimentistas incontestavelmente rápidas, custosas e não tão bem planejadas. Isso resultou em um contexto contemporâneo de pouca diversificação na matriz de transportes, além de - considerando a atual corrupção e negligência - uma rede rodoviária que por si só é repleta de problemas de logística e infraestrutura. Dessa forma, fica evidente a necessidade de novas alternativas para um escoamento de produtos mais eficiente no Brasil. Primeiramente, é preciso levar em conta as diversas características geográficas do país. A extensão continental e variada rede fluvial fazem dos modelos ferroviário e aquaviário, respectivamente, talvez os melhores a serem adotados com mais afinco. Isso, sem dúvida, reduzirá a demanda sobre o escoamento rodoviário, sendo benéfico tanto em aspectos sociais e econômicos, quanto ecológicos. Para que tal medida seja de fato colocada em prática, é imprescindível uma atuação mais eficaz e responsável das autoridades governamentais. Portanto, considerando o caráter de longo prazo das propostas, fica a cargo da população exercer uma cobrança ativa de modo a garantir o desenvolvimento socioeconômico.