Para o filósofo Jean-Paul Sartre, a violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota. Exposto isso, o Brasil tem sido cada vez mais derrotado, já que pertence ao ranking dos países mais violentos do mundo. Dessa maneira, infelizmente, logo na infância, a violência física, psicológica e sexual é sentida pelos pequenos, que sofrem em virtude dessa cultura violenta e da impunidade dos agressores. A família, instituição social mais antiga do mundo, núcleo em que as crianças deveriam se sentir protegidas, amadas e cuidadas, tem adquirido valores inversos. Inflamadas pela já enraizada cultura violenta, anunciada nos jornais a cada dia, usam os mesmos pesos e medidas para com aqueles que deveriam proteger, pois, de acordo com o site correio braziliense, a maior parte dos casos é cometida em casa, pelos pais ou familiares. Ademais, a falta de punição faz com que as vítimas tenham medo de sofrer retaliação ou pensem que não vale a pena denunciar já que não há justiça para elas, assim como mostrado numa reportagem do Fantástico em que uma garota denuncia seu avô por estupro, porém, o agressor é absolvido. Além disso, outro dado impressionante citado na reportagem, e que evidencia a impunidade no país, é de que em cerca de 25 mil denúncias por ano, nem 10% dos que praticam a violência sexual cumprem pena. Sendo assim, é preciso colocar em prática alternativas de combate contra à violência infantil no Brasil. Para tanto, é necessário que a mídia, através de campanhas publicitárias, aborde o tema e conscientize pais e familiares sobre a gravidade do assunto, ajudando-os a repensar atitudes. É importante, também, que o Governo Federal invista em treinamento especializado para assistentes sociais a fim de capacitá-los a lidar com denúncias e levar segurança às crianças durante o processo. Além disso, é imprescindível que o poder legislativo crie leis com punições mais severas, e o judiciário dê prioridade ao julgamento desses casos. Dessa maneira, o país passará de derrotado a vitorioso.