Segundo o filósofo John Locke, a mente humana, na infância, é como uma folha em branco, que vai sendo preenchida por experiências cotidianas ao longo da vida. Dessa forma, o tratamento dado às crianças é de extrema importância, já que as situações vividas quando jovem determinam o adulto. Observa-se, assim, que casos de violência infantil são um grave problema de saúde pública. Dados do relatório violência letal contra crianças e adolescentes do Brasil indicam que a agressão física é o tipo mais frequente, chegando a cerca de cem mil casos notificados em todo país. Entretanto, esses dados são uma pequena parte, já que a maioria fica na esfera privada. Além disso, o abandono e a violência sexual também são recorrentes, sendo a maior parte das violações cometidas em casa, pelos pais. Outrossim, o Artigo 5º do Estatuto da Criança e do Adolescente, garante que nenhuma criança ou adolescente sofra qualquer tipo de negligência, abuso, exploração, sendo os agressores punidos. No entanto, a não efetivação dessa premissa é frequente no cotidiano de muitos jovens, levando a permanentes e graves consequências. Busca de refúgio em substâncias químicas, promiscuidade, transtorno de estresse pós-traumático, depressão, fobia e prática de crimes na vida adulta são alguns exemplos. Fica claro, portanto, que medidas são necessárias para se combater a violência infantil. Para isso, a Polícia Federal pode criar uma Ouvidoria Pública On-line, que receba denúncias anônimas de abusos e exploração de menores, preservando a integridade e a identidade dos envolvidos. Ademais, em parceria com a Organização dos Advogados do Brasil, o Ministério da Justiça deve disponibilizar um maior número de Defensores Públicos para levar adiante os processos de violência e a punição de forma mais rápida.