Título da redação:

Inocência Enlutada

Tema de redação: Alternativas de combate à violência infantil no Brasil

Redação enviada em 06/07/2017

A relação familiar, na Antiguidade, designava maiores poderes aos pais diante dos próprios filhos. Assim, a liberdade era maior quanto ao direito de decidir a vida e a morte dos descendentes. Também, não havia definição de infância. No início da Revolução Industrial, crianças de cinco anos trabalhavam mais de oito horas por dia. No entanto, relações afetivas com os filhos se desenvolveram no final da Idade Moderna. No Brasil, a evolução dos direitos da criança e dos adolescentes se firmou com a atual Constituição, porém, a efetivação desses direitos se encontra limitada. Além disso, muitas famílias não possuem referencial harmônico. O ECA(Estatuto da Criança e do Adolescente), criado na década de 90, amplia os cuidados para com esse grupo de pessoas. Afinal, em se tratando de direitos fundamentais, esses que são menos favorecidos em força deverão ser protegidos pelo Estado. Porém, menores infratores são vítimas de agressões dentro das casas de internações. Os familiares responsáveis, quando viciados em algum tipo de droga, propiciam momentos de violência doméstica. Muitas crianças são submetidas a trabalho escravo, além das atividades pornográficas incentivadas pelo crescente comportamento de pedófilos impunes. Entretanto, a criança não tem conhecimento, muitas vezes, sobre o modo de expor ou existe o medo diante tais fatos. Consequentemente, haverá um ciclo vicioso em que perdurarão comportamentos violentos e os adultos, pelo sofrimento da própria infância, podem crescer problemáticos incapazes de viver harmoniosamente em sociedade. Crianças que são submetidas a esse tipo de selvageria também adquirem doenças físicas e psicológicas (depressão, transtornos de ansiedade e obesidade). Como relata o filme “Preciosa – uma história de esperança”, premiado com um Oscar em 2010, onde uma adolescente, que há alguns anos era violentada pelo pai, contrai gravidez e, posteriormente, HIV. Dessa forma, confirma-se a teoria filosófica de Durkheim, quanto à perpetuação desse problema diante do fato da exterioridade do indivíduo que conviveu com as agressões desde a infância. Para diminuir essa problemática, torna-se necessário que Estado, por meio de programas sociais de apoio familiar, ofereça acompanhamento domiciliar nos locais de maior incidência de casos. O Conselho Tutelar deverá ampliar essa assistência, assim, haverá melhor efetivação dos direitos. A família deverá orientar a criança a procurar ajuda e referenciará o ente mais confiável, seja sanguíneo ou entidade pública. A inocência se enluta quando a principal lembrança é a mácula da maldade na infância.