Segundo Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, a falta de solidez nas relações sociais, políticas e econômicas é característica da “modernidade líquida” vivida no século XX. Aplicando ao século atual é possível perceber que as relações entre pais e filhos tem se tornado líquidas pela falta de contato constante, envolvendo o maltrato e o abuso sexual pelos próprios familiares ou amigos. Atualmente é possível perceber que as relações entre os pais e os filhos tem se modernizado para se adaptar aos novos métodos de uma vida "corrida", isso vem provocando grandes impactos nos contatos fraternais à medida que essas crianças são deixadas nas casas de seus avós, parentes próximos, creches ou com amigos dos pais. Tendo em vista que essas crianças por serem muito indefesas se sentem ameaçadas a todo o momento por agirem inocentemente. A falta de paciência dos adultos que cuidam delas pode não ser a mesma que a do seus pais, levando a agressões físicas e/ou psicológicas, desde pequenas ameaças até mesmo a níveis mais graves. Prova disso é que como divulgado pelo jornal O Globo, em Araçatuba (SP), por exemplo, o caso da menina torturada pelo padrasto ganhou repercussão nacional e tanto o padrasto, como a mãe, estão presos. Outrossim, destaca-se o abuso sexual sofrido por uma criança juntamente de uma ameaça psicológica do agressor, como forma de amedrontar o menor. Uma vez que a criança não consegue reconhecer um perigo e por isso tende a se comunicar com todas as pessoas ou serem enganadas frequentemente por pessoas próximas a ela, pois pesquisas feitas nos EUA, tem mostrado que em o número de abusos cometido por alguém próximo a família ou ligada a criança é alarmante e assustador, havendo assim uma dificuldade maior em se controlar essa imensa problemática nos dias de hoje devido a veracidade das comunicações e informações. No filme "Confiar", produzido nos EUA, uma jovem de 14 anos inicia uma conversa pela internet com um homem desconhecido que se diz jovem e no desenvolver da história a menina é violentada por um homem adulto que acaba de persuadi-lá. Entende-se, portanto, que o combate à liquidez citada inicialmente, a fim de conter o avanço da violência infantil, deve tornar-se efetivo, posto que a alta taxa de crimes envolvendo o maltrato em crianças por familiares e próximos da família, reflete essa realidade. Sendo assim, e necessário que haja parceria entre governo, comunidade e família, desenvolvendo palestras educativas para os pais sobre tudo, inclusive o uso da internet, investimento do governo em ONGS e órgãos de competência, acompanhamento psicológico para aquelas crianças que sofreram com os maus tratos, sendo possível amenizar os traumas sofridos na infância, construindo uma sociedade mais fiel às leis do Brasil.