O escritor italiano Vincenzo Cuoco disse: “Sem instrução, as melhores leis são inúteis”. Observamos isso com a violência infantil no Brasil, pois somente mudanças na lei, sem mudança cultural, não surtiram o efeito desejado. Há 27 anos o ECA define a proteção integral à criança e ao adolescente, em 2014 foi criada a lei do Menino Bernardo, proibindo tratamentos cruéis ou degradantes na educação dos jovens. Contudo, em 2016 foram registrado em média 129 casos por dia desse tipo de violência, de acordo com o IFF/Fiocruz. É um número alto, se avaliarmos que existem casos que não são levados ao conhecimento das autoridades e ficam dentro da esfera familiar. Segundo dados da UNICEF, 80% desses casos são causados pela família. As palmadas e ofensas constituem-se em parte do relacionamento familiar e são utilizados como ferramentas pedagógicas, causando no jovem a naturalização da violência e dificultando a reflexão sobre os aspectos morais de seus atos. O que forma um adulto que resolve seus problemas por meio de agressões físicas e verbais, dando continuidade à violência familiar. Projetos de leis garantindo os direitos das novas gerações são fundamentais, mas precisamos conscientizar os familiares de suas responsabilidades. Para tal eles deveriam participar de eventos e palestras nas escolas sobre o assunto, com a presença do conselho tutelar para tratar do assunto. Também seria essencial que os grandes meios de comunicação se engajassem nessa mudança cultural, sendo garantido por lei espaço em rádio e canais televisivos. Além de conscientizar o próprio infante de seus direitos, algo que pode ser feito pelo professor em sala de aula.