Segundo o psicólogo Albert Bandura, “A maior parte do comportamento humano é aprendida por imitação. ” Nesse sentido, desenrola-se um ciclo que passa de geração em geração, onde pais que sofriam violência quando criança entendem que a própria violência é a única realidade para qualquer forma de educação, trazendo graves consequências emocionais e psicológicas aos seus filhos. Em um primeiro ponto, é importante refletir sobre as relações entre pais e filhos nos tempos passados, por exemplo na idade média, onde os pais eram livres para tratarem seus filhos como acharem mais adequado, portanto, praticando atos violentos deliberadamente, seja qual fosse a infração da criança. Atos estes que iam desde a violência física, à violência psicológica, embora esta seja mais visível nos dias atuais. Já na época da revolução industrial, as relações não apresentavam grandes mudanças, sendo ainda direito da família a educação mais adequada aos filhos. Em um segundo ponto, é necessário salientar que, embora nos dias de hoje o Estado esteja mais presente na criação das crianças e do jovem, a proteção dos menores ainda não é assegurada. A violência doméstica no Brasil como um todo ainda é uma grande problemática, permanecendo omitida na sociedade. Assim, o abuso infantil, além de omitido, é por vezes visto como normal e parte da educação, estando nas raízes da identidade brasileira. Levando-se em consideração os aspectos apresentados, concluímos que as relações familiares de criação e a moral da sociedade estão claramente vinculadas. Assim, faz-se necessária a criação de centros de acolhimento que visem a proteção pós-denúncia das vítimas da violência infantil, pois as inseguranças perante a situação levam muitos a ocultarem os crimes. Além disso, é importante levar em consideração que se pode reverter o comportamento violento de quem realiza atos, através de uma reeducação ou de tratamentos psiquiátricos.