Título da redação:

A cultura da violência infantil no Brasil

Tema de redação: Alternativas de combate à violência infantil no Brasil

Redação enviada em 30/05/2017

A violência infantil tem vários aspectos, como o físico, o psicológico, o sexual, a negligência e o trabalho infantil, e todos estes, de alguma forma, são aceitos na nossa legislação ou cultura. Por isso, precisamos mudar nossas leis e principalmente nossos costumes. Johann Goethe disse: “Só é possível ensinar uma criança a amar, amando-a”, seguindo esta lógica, estamos ensinando o avesso, pois a violência física e psicológica ainda estão muito presentes no cotidiano privado da família por meio da “palmada que educa”, mesmo com o advento da “Lei do Menino Bernardo”. A violência física ainda é, de acordo com estudos da Faculdade Latino Americana de Ciências Sociais, líder em atendimentos de jovens no SUS, comparada a outros tipos violência. Já a negligência e o trabalho infantil muitas vezes andam juntos quando uma criança realiza trabalhos que vão além dos seus limites físicos ou de sua maturidade. Como no caso do pai que postou nas redes sociais um vídeo de seu filho de 12 anos rebocando uma parede, um trabalho pesado que poderia prejudicar a saúde da criança, pois seu corpo não está plenamente formado. Sendo que o responsável teve apoio de muitos na internet. Com relação à violência sexual, podemos observar como a nossa legislação é permissiva com o relacionamento sexual de um adolescente com um adulto ao autorizar o casamento entre estes. Na faixa etária determinada por lei, a partir de 16, o corpo e a personalidade estão em formação, não há independência financeira e frequentemente o jovem ainda não terminou os estudos, contudo, mesmo assim, é permitido o casamento. Dessa maneira, o jovem sai do seio de sua família para depender emocionalmente e financeiramente de outra pessoa. Infelizmente, nossa legislação disfarça a violência sexual, que não é só o estupro, mas qualquer forma de manipulação do jovem inexperiente para alcançar a consumação carnal. Estes exemplos comprovam como a violência infantil faz parte da nossa cultura e até certo ponto é autorizada e naturalizada pela nossa legislação. Logo, são necessárias iniciativas em duas frentes. A primeira dentro do poder legislativo para mudar a nossa legislação e deixá-la mais rígida, definindo a violência infantil como crime hediondo, inafiançável. A segunda no sentido de conscientizar os jovens de seus direitos e de sua fragilidade por meio de eventos, palestras e cartilhas nas escolas, com a presença dos professore e pais, mas principalmente de atores sociais como o conselho tutelar, o ministério público ou a defensoria pública. Seguindo esta linha pedagógica, os adultos devem ser informados de suas responsabilidades em zelar pela integridade física e moral e pelo futuro do infante, por meio da grande mídia, as grandes produtoras de conteúdo deveriam ter este comprometimento social determinado pelas agências de reguladoras. Com estes passos a nossa sociedade só tem a ganhar.