Título da redação:

A cultura da violência

Tema de redação: Alternativas de combate à violência infantil no Brasil

Redação enviada em 06/08/2017

A cada dia, em média, 129 casos de violência contra crianças e adolescentes são registrados no Disque 100, segundo dados da Agência EBC. Nesse cenário, percebe-se que apesar da existência do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e de leis específicas – Lei da Palmada – que visam resguardar a integridade desses, essas se mostram ineficientes. Desse modo, o histórico de agressão doméstica contra esse grupo se perpetua. Nessa conjectura, a violência física que, na maioria das vezes, é usada como método “educativo”, acarreta consequências que vão além das marcas deixadas por essa. De acordo com o Núcleo de Estudos da Violência (NEV), crianças que sofreram agressões possuem mais chances de adotar a violência como mecanismo de solução de conflitos. Dessarte, a óptica da teoria de Immanuel Kant, a qual preconiza que o ser humano é aquilo que a educação faz dele, mostra-se fiel a realidade dessa minoria. Por conseguinte, aqueles que cresceram em um âmbito familiar violento tende a tomar para si tais práticas, reproduzindo a cultura da violência e tornando tal ato um círculo vicioso que ultrapassa gerações. Outrossim, a falta de estrutura dos Conselhos Tutelares aliada a falta de preparo desses profissionais são alguns dos agravantes dessa problemática – e ineficácia das leis. A exemplo disso, o levantamento feito pelo Tribunal de Contas do Estado aponta que o déficit de conselheiros atinge 39% da população do Rio Grande do Sul. Nesse viés, crianças e adolescentes não possuem seus direitos resguardados devido à falta de suporte do órgão que deveria ser o principal agente no combate a violação física e psicológica dos brasileirinhos. Destarte, urge que o Governo Federal, aplique investimentos na ampliação e reestruturação dos Conselhos Tutelares. Além disso, a capacitação desses profissionais, por meio de cursos e seminários faz-se necessária para que haja o atendimento humanizado àqueles que foram vítimas de divergências intrafamiliar. Ademais, a mídia em parceria com Ministério da Educação deve fomentar campanhas educativas que visem conscientizar população sobre a importância do diálogo como principal método para mediar conflitos e que estimulem a denúncia de casos maus tratos infantis.