Os temas ligados à saúde estão muito presentes no cotidiano dos brasileiros, sendo meios de deixar a população mais integrada a respeito de seus corpos. Programas de TV como “Bem-Estar”, veiculado pela Globo, é um bom exemplo desse acesso direto aos assuntos relacionados à medicina. No país, entretanto, no que se refere a saúde pública, há um descaso com relação aos investimentos, tornando-a precária. Sabe-se que o Brasil esteve vinculado à regimes que, apesar de seu caráter democrático, apresentava cunho elitista, como por exemplo com a aristocracia agrária cafeeira do início do século XX. Nos dias atuais essa perspectiva ainda resiste, afetando principalmente as instituições médicas públicas, resultando na deficiência ao atendimento das necessidades da população mais pobre. Isso deixa claro a concentração da renda, uma vez que a parte dos cidadãos que detém poder aquisitivo pode adquirir planos privados, e se sofrem por um lado com esses gastos a mais, por outro tem facilidade na movimentação da economia pelo apoio governamental, compensando esse déficit social. Essa falha na estrutura política também reflete na condição dos profissionais de saúde. Assim como há falta de investimento em aparelhos, remédios e outros instrumentos hospitalares, há também a desvalorização dos médicos. Embora detenham alta remuneração, nas unidades públicas esta realidade é diferente, o que se torna um fator de fuga, sendo mais vantajoso o trabalho em clínicas particulares, concretizando a luta de classes prevista por Karl Marx. Dessa forma, além da carência de artefatos materiais, têm-se o obstáculo da falta de médicos. É conhecido, portanto, que os problemas na saúde pública derivam de políticas ineficazes que não asseguram os direitos dos cidadãos, provenientes de descumprimento do dever do Estado. O combate deve ser iniciado por reivindicações promovidas pela população nas ruas, a fim de melhorar as condições dos médicos, estimulando sua permanência na rede pública. Outra medida importante seria a atuação da mídia em propagandas que incentivem o nacionalismo, deixando de lado o aspecto cordial da sociedade brasileira, que coloca interesses privados sobre o plano coletivo. Só assim a preocupação do governo se voltaria um pouco mais para a busca do bem comum, melhorando o acesso à saúde pública.