Título da redação:

Pretexto da precariedade da saúde pública

Tema de redação: Acesso ao sistema público de saúde: os problemas enfrentados pelos brasileiros

Redação enviada em 15/06/2017

Nota-se, no contexto brasileiro, que a saúde se tornou direito dos cidadãos e dever do Estado por meio do movimento da Reforma Sanitária no afã de promover condições de vida digna e bem estar social. No entanto, o sistema de saúde brasileiro é precário, uma vez que os hospitais não possuem vagas suficientes para atenderem todos os enfermos e poucos possuem atendimentos nas várias especialidades. Vale ressaltar que isso se deve aos baixos investimentos do Estado na infraestrutura das unidades de saúde e a contratação médica inferior ao ideal. Em primeiro lugar, a baixa destinação de recursos públicos para manter as casas de saúde em boa qualidade afeta nas condições dos serviços prestados. Haja vista a União, os estados e os municípios terem gastados juntos apenas 3,8% do PIB na saúde pública em 2014, consoante o IBGE, despesa muito inferior ao de países como a França e Reino Unido que juntos possuem uma população menor que a brasileira. Desse modo, a cada dia surgem novas reclamações da falta de medicamentos e vagas para internação, nas quais, ocasionam mortes, segundo reportagem do Globo Repórter. Em segundo lugar, a falta de médicos nos estabelecimentos públicos de tratamento de doentes inviabiliza o acesso à saúde, visto que os salários ofertados aos médicos são inferiores aos seus méritos. A partir daí, o governo paga 6 mil reais a menos do que o indicado pelo Conselho de Medicina e exige mais horas de trabalho. Dessa forma, tais profissionais optam por trabalharem em centros privados devido à melhor remuneração. À vista disso, há muitas vagas e poucos profissionais na rede pública, o que faz com que o Sistema Único de Saúde tenha menos médicos do que o necessário. Em consequência disso, o Brasil tem menos leitos para atendimentos em hospitais do que o mínimo recomendado pela OMS. Dessa maneira, os pacientes demoram para serem atendidos, além de terem diagnósticos atrasados e começarem os tratamentos tardiamente, logo, falecem por falta de leitos disponíveis, de acordo com o presidente do Conselho de Medicina. Destarte, a cada 3 minutos 2 pessoas morrem nos hospitais brasileiros, conforme pesquisa da UFMG. Contudo, são necessárias medidas que promoverão ao cidadão seu direito constitucional à saúde. Sendo assim, os estados, municípios e a União devem triplicar os investimentos para o SUS, destinando cerca de 11,4% do PIB, bem como a França, país modelo no setor. Tal aplicação deve ser destinada para construção de novos leitos de serviço, equipamentos necessários para o tratamento das doenças e salários atrativos para os médicos e sua equipe. Assim sendo, nas palavras de Mahatma Gandhi, a vida digna será assegurada, pois é impossível sem a saúde.