O surto de doenças tem o poder de dizimar populações, como fez a peste negra à grande parte da europeia, em 1347. Apesar das enormes epidemias que causam, as moléstias acabam por ser erradicadas. No Brasil, entretanto, o descuido para com a saúde pública implicou no insólito ressurgimento de algumas dessas, como a febre amarela e a dengue. De várias maneiras a desatenção incita a reincidência: a falta de saneamento básico, responsável pela procriação de vírus e bactérias, e o descontrole quanto à vacinação da sociedade – que, por causa de más campanhas e, logo, da desinformação sobre o teor das doenças e a importância da prevenção, faz com que haja uma defasagem na carteira – tornam povos diretamente vulneráveis aos males biológicos. Além disso, no âmbito industrial, a interferência imprudente do homem no ecossistema muda as relações ecológicas e pode contribuir para ressurgimentos. De acordo com Flávio Rocha, pesquisador da Fiocruz – Fundação Oswaldo Cruz -, quando se criou Itaipu, o número de casos de malária na região Sul aumentou porque esse transformou-se em um lago artificial, resultando em um desequilíbrio ambiental. Dessa forma, medidas são substanciais para resolver o impasse. Primeiramente, o Estado deve investir em campanhas sanitaristas de prevenção, ou seja, na limpeza das cidades, para que os mosquitos – transmissores da febre amarela e dengue – sejam eliminados. À vista disso, a aplicação da receita nacional em infraestrutura básica é indispensável, já que lugares desprovidos de saneamento são abrigos para seres patogênicos. Em segundo lugar, dado o desconhecimento dos cidadãos quanto à necessidade da prevenção, é preciso que o Ministério da Saúde faça constantes campanhas gratuitas de vacinação, além de promover palestras visando à difusão do conhecimento acerca das doenças, em escolas e empresas. Todavia, ele não pode agir sozinho: como é o locutor, é imprescindível que haja uma preocupação com o conteúdo. Assim, parte dos arrecadamentos públicos tem de ser direcionado ao incentivo à pesquisa a respeito das mazelas, a fim de que estejamos mais preparados para prevenir e combatê-las. Destarte, a nação brasileira estará fazendo a eficiente manutenção de sua saúde e minimizando, em curto, médio e longo prazo, os estragos causados quando há contágio em ampla escala.