Desde a colonização portuguesa, o Brasil convive com doenças endêmicas, como febre amarela, malária e dengue. No entanto, apesar de ao longo dos anos várias delas terem sido erradicadas, observa-se que pouco a pouco elas estão reaparecendo. Logo, surgem os seguintes questionamentos: por que doenças erradicadas estão reaparecendo e como erradicá-las de forma definitiva . Antes de mais nada, é preciso atentar para o histórico de doenças características do país. Devido a localização geográfica do Brasil, em uma zona tropical, é comum a ocorrência e disseminação de vírus transportados por mosquitos que se proliferam rapidamente, como a dengue e o chikungunya, doenças que têm como vetor o Aedes Aegypti. Somado a isso, há o indiscriminado ato de automedicação, algo que já se tornou cultural e corriqueiro no dia a dia dos brasileiros. Como resultado, surgiram - e continuam surgindo - superbactérias e vírus cada vez mais difíceis de serem combatidos. Por outro lado, é evidente que o Governo só age em momentos de crise extrema, ao contrário de manter um trabalho constante de controle e prevenção de doenças infectocontagiosas. Segundo dados orçamentários divulgados pelo Ministério Público, nos anos de 2015 e 2016 o gasto com pesquisas e vacinas foi superior ao da última década, devido aos surtos de doenças que ocorreram nesse período em todo país. Assim, fica claro o despreparo do próprio Governo para lidar com a população e prevenir ao invés de remediar. Portanto, com a finalidade de evitar que doenças erradicadas retornem ao ambiente brasileiro, o Estado deve ser o ator coadjuvante nessa batalha. Para isso, a curto prazo, cartilhas de prevenção e conscientização devem ser vinculadas a propagandas televisivas e redes sociais pelos órgãos públicos. Posteriormente, a longo prazo, as escolas e universidades precisam realizar pesquisas, reuniões e seminários que envolvam alunos e familiares e os ensinem sobre o dever de cada indivíduo para manter a população segura. Ademais, cabe ao cidadão ser o ator protagonista e fiscalizar seus semelhantes, denunciando irregularidades que favoreçam o desenvolvimento de doenças contagiosas. Somente assim, será possível garantir um futuro saudável para a próxima geração.