Título da redação:

Entre séculos

Tema de redação: A volta de doenças erradicadas no Brasil

Redação enviada em 04/08/2018

A partir do século XVI, a Revolução Científica passou a ser realidade na Europa e desse ponto espalhando-se a outros continentes. Uma das principais contribuições à humanidade foi o desenvolvimento das vacinas, essas, no Brasil, representam uma alta importância para a erradicação de doenças. No entanto, descompassos ambientais atrelados a diálogos deficitários sobre prevenção e reincidência afetam melhores resultados da vacinação, promovendo a volta de doenças erradicadas no território brasileiro. Antes de tudo, é importante lembrar que, desde a primeira república, com a busca da revitalização do Rio de Janeiro e de práticas sanitaristas, o meio natural e a população refletem a precária educação ambiental dada no país. Naquele momento, o Rio era conhecido como "túmulo dos estrangeiros" devido aos grandes índices de mortalidade por peste negra e febre amarela. Desse período para a atualidade, os casos de esgoto a céu aberto, descarte incorreto de lixo e desmatamento mantém-se presentes. Esse último descaso foi um dos fatores que levou ao surto da febre amarela, em pleno ano de 2018, fora de regiões endêmicas no Brasil. Logo, uma educação de consciência ambiental precária inviabiliza a manutenção de resultados prósperos à erradicação de doenças, retomando situações de séculos passados à modernidade. Ademais, segundo a OMS, o Brasil, em 2017, ficou abaixo do recomendado para a imunização de certas doenças, como por exemplo o sarampo. Isso é devido, muitas vezes, pela falta de esclarecimento no que diz a respeito dos riscos das enfermidades à parte da população. Nessas situações, os agentes de saúde agem de forma passiva por conta a escassez dos casos a serem tratados e, consequentemente, pela baixa cobrança de atualização da carteirinha de vacinação. Assim, fragiliza-se toda segurança de saúde pública nacional, permitindo que doenças controladas revivam como causas mortais. Fica claro, portanto, que a erradicação de doenças foi promovida por avanços científicos aliados a atitudes conscientes pró-saúde, mas sofre interferências negativas de fatores sócio-ambientais ultrapassados. Para haver melhores resultados, no Brasil, o Ministério da Saúde com as universidades precisam desenvolver estudos e melhores estratégias de conscientizar a população por meio de informações concretas de como prevenir e tratar doenças reincidentes, indicando postos de saúde mais próximos em cartilhas adequadas às diferenças regionais. Por fim, uma melhor administração no sistema de saúde pública deve ser repensada, visando uma eficiente distribuição de vacinas, remédios e profissionais em território nacional.