Título da redação:

Autodestruição

Tema de redação: A volta de doenças erradicadas no Brasil

Redação enviada em 27/04/2017

Durante a história, várias doenças se manifestaram dizimando populações. Exemplifica-se a partir da Peste Bubônica no século XIV e a gripe na colonização do Brasil no século XV. Segundo a Teoria Sintética da Evolução, os organismos sofrem mudanças ao decorrer do tempo, influenciados por fatores como mutações, seleção natural e processos migratórios. Diante disso, patologias anteriormente erradicadas podem ressurgir e se portar de formas distintas. O agravante do reaparecimento de doenças como a malária, febre amarela e sarampo é resultado de aspectos antropológicos na natureza, gerando o desequilíbrio natural, em junção com interesses do capital acima do bem-estar da sociedade. É notório que o sistema capitalista é disseminado em âmbito mundial e seu lema primário é o lucro. Segundo o filósofo Durkeim, o homem é incentivado por fatores externos, coercitivos e generalizados, logo, quando inserido em um sistema, suas ações refletirão de acordo com o mesmo. O desastre de Mariana comprova tal proposição, na qual munido por interesses do capital, a empresa Samarco não atribuiu medidas preventivas, ocasionando o derramamento de dejetos metálicos no meio ambiente. Segundo a revista Superinteressante, o acontecido provocou instabilidade na constância natural, contribuindo para o reaparecimento da febre amarela, tanto na forma urbana quanto na silvestre. Com a infraestrutura precária brasileira, além de programação de um teto para investimentos na área de saúde, dificultou-se a aplicação de profilaxias e medidas remediativas, instaurando um caos na nação. A situação perdura de forma radical, em que a OMS, Organização Mundial de Saúde, disponibilizou ao Brasil cerca de 3 milhões de vacinas no combate à febre amarela. Com o advento das olimpíadas, o tráfego para o solo brasileiro se intensificou, e devido ao difícil controle, os turistas trouxeram consigo focos de patologias de seus países de origem. Devido a isso e a fatores como a automedicação, doenças já superadas se reposicionam. A questão é, com o ocorrido, a sociedade está voltando a precarizações sociais. Segundo a FIOCRUZ, Fundação Oswaldo Cruz, o tratamento auto-curativo é preponderante nas mutações e resistência de microrganismos vetores de doenças, revelando que o ser humano, por falta de conhecimento ou incentivado por seu ego, ocasiona para si mesmo, um ambiente inóspito. Destarte, fica evidente que os indivíduos possuem atitudes de autodestruição impelidos pela prosperidade econômica. Assim, cabe ao legislativo, em conjunto com o executivo e o judiciário, estabelecerem leis mais severas para as indústrias de extração, bem como reformular órgãos fiscalizadores proporcionando punições duras. Faz-se necessário a mídia explanar de forma mais objetiva os riscos da automedicação e também medidas profiláticas, uma vez que a mesma atinge um grande contingente populacional. Desta forma, com a ciência do que o filósofo Hobbes postulou, o homem é o lobo de si próprio, o mesmo caminhará rumo a desmistificar tal tese.