Nos últimos 50 anos, o Brasil viveu um período de ascensão econômica, e com isso houve melhorias nas condições de vida de uma boa parte da população, como aumento no saneamento básico e nas condições habitacionais. Além disso, foram desenvolvidas novas vacinas e antibióticos, resultando na redução de mortes causadas por doenças infecciosas. Isso tudo, gerou uma falsa ideia de segurança, cuja associação com o aumento do desmatamento, por exemplo, resultou na volta de doenças já erradicadas, como a malária. No início do século XX, o médico Oswaldo Cruz implementou campanhas sanitaristas, que consistiam basicamente na limpeza do Rio de Janeiro, com o intuito de destruir o agente transmissor e, dessa forma, eliminar a malária. Após esse período, fatos como, o aumento da renda per capita da população, melhores condições de vida, elevação no grau escolar, desenvolvimento de novas tecnologias na área de saúde e o investimento em vacinas e antibióticos, trouxeram como consequência a diminuição ou mesmo extinção de várias doenças infecciosas como a varíola, poliomielite e dengue. Entretanto, atualmente vive-se em tempos de preocupação, pois muitas doenças dadas como controladas têm aumentado sua incidência e causado uma elevada morbidade. As principais doenças reemergentes são a dengue, febre amarela e malária, as quais são transmitidas por vetores, no caso, mosquitos. É interessante notar que o mesmo progresso que permitiu o controle dessas doenças, também serve de justificativa para a sua volta. Por exemplo, por causa do crescimento econômico do país, houve intensificação na agricultura e como consequência aumento de queimadas, para gerar mais espaço, e isso faz com que várias espécies existentes nesse ecossistema, inclusive os vetores de doenças, procurem os espaços urbanos para se refugiarem. Outro fato, é o uso indiscriminado de antibióticos, o qual tem gerado bactérias cada vez mais resistentes e de difícil controle. Além disso, a falsa ideia de segurança, fez com que a sociedade e os governantes baixassem a guarda e diminuíssem as medidas profiláticas e campanhas socioeducativas. Em virtude dos fatos mencionados, verifica-se que o Ministério da Saúde precisa investir de forma constante em campanha socioeducativas e não apenas nos períodos de maior incidência das doenças, para que a população esteja sempre atenta e passe a encarar essas medidas como hábito. No caso das três principais doenças reemergentes, é necessário combater os vetores que são Aedes aegypti (dengue e febre amarela) e o mosquito Anopheles (malária), por meio de prudências como, de não acumular água em reservatórios expostos, o uso de repelente, telas nas portas e janelas. Seria interessante uma maior interação entre a vigilância sanitária e os pesquisadores, a fim de agilizar a descoberta de cura para doenças, pois a vigilância traria dados mais concretos e facilitaria o trabalho dos pesquisadores.