Título da redação:

A ignorância como potencial epidemiológico

Tema de redação: A volta de doenças erradicadas no Brasil

Redação enviada em 26/04/2018

No início do século XX, o ilustre médico Oswaldo Cruz foi responsável pelo controle da dengue e da febre amarela no Brasil. Passado quase 1 século, surgem novamente surtos de febre amarela, dengue, varíola, sarampo e outra doenças, agora caracterizadas como reemergentes, pois no passado já foram controladas ou erradicadas. Entre os inúmeros fatores causadores desse problema, dois merecem atenção redobrada, que são as teorias de conspiração e a falta de instrução por parte da população. Portanto, medidas devem ser tomadas. A falta de fé na ciência, observada no surgimento de teorias de conspiração, tem se mostrado como um dos principais motivos da problemática. No final do século passado, surgiu com grande força a "teoria dos antivacinas". Ela afirma serem as vacinas mais perigosas que as próprias doenças a que se dizem combater, sendo essas prevenções armas para a dizimação da população, o que é um absurdo. A difusão de ideias como essa leva à diminuição de pessoas vacinadas, propiciando novos surtos ou até surtos anteriormente controlados. Ademais, a falta de conhecimento da população corrobora com as chances de epidemias. Além dos cidadãos que temem as vacinas, existem aqueles que não creem na eficácia delas ou não creem terem chances de contraírem as doenças, e o principal motivador é a carência de dados que as convençam. Segundo a Organização Mundial de Saúde, uma em cada cinco crianças, no mundo, não são imunizadas. Dessa forma, nota-se que a ignorância pode e está conseguindo afetar inúmeras pessoas (mais de 330 mil mortes por febre amarela no Brasil desde julho de 2017). Dessarte, urge a imprescindibilidade de o Ministério da Saúde, junto com a mídia, informar pela televisão, rádio, jornais e revistas sobre a necessidade da vacinação, como ela é feita, e os riscos ao ignorá-la. Outrossim, programas de televisão de caráter investigativo devem indicar argumentos contra teorias de conspiração como a da antivacina exibindo dados e relatos científicos com o fito de impedir que a ignorância seja aliada ao reaparecimento de doenças antes erradicadas, assim promovendo melhorias na saúde brasileira.