A violência tem feito milhares de vítimas, atos que podem ser praticados pela própria família, além de inúmeros outros ocorridos nas ruas. Dados publicados pelo Monitor da Violência evidenciam a gravidade do aumento da violência, já que o índice de crimes violentos a cada 100 mil habitantes é 1,48 em 2019. Esse processo ocorreu em razão do acelerado processo de êxodo rural, quando as grandes cidades brasileiras absorveram um número elevado de pessoas, que não foi acompanhado pela infraestrutura urbana, desencadeando problemas sociais graves. Primeiramente, é importante destacar que as estatísticas do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que a polícia brasileira é a que mais mata, chegando a matar seis pessoas por dia no período de 2009 a 2013, chegando ao número total de 11.197 mortes. Em paralelo a isso, os números dos índices de violência aumentaram o que mostra que apenas o escalamento da força policial não resolve a situação da violência urbana. Nesse sentido, a violência urbana está estreitamente ligada ao enfraquecimento do Estado, que não consegue assegurar uma condição de vida digna. Esse fato é vivenciado principalmente pelas pessoas em condições de pobreza, que se vêem desamparadas em suas necessidades básicas. Neste caso, a exclusão social pode ser percebida como fator contribuinte. Entretanto, esse é um problema advindo do processo histórico brasileiro, desde a colonização. Milhares de índios foram exterminados, culturas dizimadas e outros aborígenes escravizados, ao lado dos negros trazidos da África. Esse contexto foi, ao longo do tempo, agravando-se ainda mais e atualmente a violência urbana tem ocasionado a morte de milhares de jovens no país, é o principal fator de mortandade dessa faixa etária. A criminalidade não é exclusiva dos grandes centros urbanos do país, mas o seu crescimento é largamente maior do que em cidades menores. Nesse contexto, é em grandes cidades brasileiras que se concentram os principais problemas sociais, como desemprego, deficiência nos serviços públicos assistenciais como postos de saúde, hospitais e escolas, além da ineficiência da segurança. Em vista dos fatos apresentados, é perceptível a urgente necessidade de uma reforma político-social que contribua em diferentes esferas sociais para redução da violência. Esta ação depende do Estado, que também precisa melhorar os investimentos na segurança, aumentando o número de policiamento e também tornando as leis mais rigorosas. Além disso, os investimentos devem ser voltados para áreas estratégicas para diminuição da violência, como a Educação e para a infraestrutura das cidades, por meio do aumento do repasse de verbas para o Ministério da Educação e, a nível estadual, com a ampliação da verba para tornar lugares mais distantes às Capitais melhor habitáveis. Com isso, possibilita-se a redução da violência em médio prazo, bem como se aumenta a qualidade de vida de toda a população.