Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: A violência urbana no Brasil

Redação enviada em 08/04/2019

Dados publicados pelo Atlas da Violência 2018 apontam para o fato de que nunca se matou tanto no Brasil. Apesar disso, a criminalidade e os eventos violentos não são novidade no país. Mesmo tendo sido oriunda de um processo brutal de colonização, a violência urbana contemporânea nasce, em muitas das vezes, no seio da família brasileira que, afligida pela pobreza e pelo descaso governamental, acaba originando os mais variados tipos de violência. Por sua vez, a crescente sensação de impunidade estimula a prática do crime, o que piora ainda mais a situação. Nos idos de 1.500, tanto o processo de colonização do Brasil quanto as etapas subsequentes para o estabelecimento da nação brasileira foram marcados por grandes episódios de violência. Segundo a historiadora Mary del Priore, autora do livro “A História dos Crimes e da Violência no Brasil”, o país surgiu mediante a aniquilação de povos autóctones, da escravidão de índios e de negros e da destruição de várias culturas. De acordo com del Priore, também são vastos os episódios de excesso de força bélica, ataques militares, degolas e enforcamentos em praça pública. De forma surpreendente, todos esses acontecimentos bestiais contavam com a anuência e a adesão dos populares, o que favoreceu a integração da violência no cotidiano da sociedade brasileira à época. Com o passar do tempo, pouca coisa foi feita para mudar esse padrão cultural, não sendo motivo de assombro, portanto, que a violência continue fazendo parte da rotina nacional nos dias de hoje. Por outro lado, apesar das raizes históricas, o papel das famílias brasileiras no cenário da violência urbana é preocupante. Os lares assolados pela pobreza e regidos por sistemas patriarcais são palcos para a prática da violência contra mulheres, idosos e crianças, sendo comuns as ocorrências de violência física, de abusos sexuais e emocionais nesses ambientes tóxicos. De acordo com Makilim Nunes Baptista, psicólogo especialista em atenção à família, a convivência nesses núcleos disfuncionais desencadeia conflitos de valores e dores existenciais capazes de dar origem a novos infratores, e também a novas vítimas, conduzindo, assim, à perpetuação da violência urbana no Brasil. Conjuntamente, a difusão da violência por meio de videogames, filmes e telenovelas, aliada à vigorosa sensação de impunidade que impera no Brasil, desperta nas pessoas uma gama de valores belicosos, contrários à paz e ao bem comum. Dessa maneira, o povo brasileiro aprendeu, ao longo dos séculos, que a violência é um problema, mas que também pode ser uma solução. Diante disso, mostra-se urgente a necessidade de uma mudança cultural a fim de que seja possível combater a criminalidade no país. Para tanto, caberá às ONGS (Organizações Não Governamentais) relacionadas ao tema promoverem palestras informativas direcionadas às crianças e aos jovens da comunidade sobre os riscos da violência urbana, e como combatê-la. Essas palestras deverão ser ministradas por especialistas na área, que deverão ir às escolas bimestralmente para apresentar informações, esclarecer dúvidas e atuar ativamente na conscientização da juventude.