A violência sempre foi uma característica do comportamento humano impossível de ser evitada, na verdade, em algumas civilizações ela era inclusive incentivada, por exemplo a antiga Esparta, cujo caráter belicoso de seu povo ficou marcado historicamente. Entretanto, hoje procura-se combater ao máximo esse comportamento, no Brasil não é diferente, mas é uma tarefa difícil, visto que a violência de uma sociedade pode ter várias causas, a citar a desigualdade econômica. À vista disso, infere-se que a violência urbana brasileira é um problema grave e complexo cujas dimensões precisam urgentemente serem diminuídas. Primeiramente, analisando os números absolutos, o Brasil é o país que tem a maior quantidade de mortes violentas no mundo, de acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Tal situação é resultado de políticas de segurança pública falhas, aliás, os policiais brasileiros são os que mais matam, e também os que mais morrem, o que advém de técnicas de repressão violentas, que obviamente trazem um efeito contrário do pretendido, pois causam a naturalização da violência, fato perfeitamente resumido na frase: “bandido bom é bandido morto”. Desse modo, vê-se que os cidadãos brasileiros estão presos em um círculo vicioso, sendo ora agentes, ora vítimas. Ademais, é válido citar que quem entra na vida do crime, na maioria das vezes o faz por falta de opção, como disse Rousseau, o meio corrompe o homem. Essa corrupção diária de vários jovens é desencadeada principalmente pela falta de oportunidades, que por sua vez é causada pela desigualdade social e econômica, cujas raízes remontam principalmente à desleixada abolição da escravidão, que libertou os escravos sem projetos para inseri-los na sociedade. Quadro de exclusão esse que perpetuou-se e atualmente mostra-se no perfil das vítimas de violência, pois segundo o Índice de Vulnerabilidade Juvenil, uma pessoa negra tem quase três vezes mais chance de ser assassinada no Brasil do que um branco, reflexo da marginalização sofrida pelos negros. Dessa forma, prova-se que além da falta de segurança, a violência ainda é maior no país por causa da desigualdade. Enfim, para a violência urbana no Brasil ser minimizada, é necessário que o Estado cesse com políticas ineficazes que apenas fazem uso de mais violência. Para tanto, as polícias devem ser treinadas para agir de forma preventiva, por meio de mais patrulhas em áreas de risco, e não somente com ações ofensivas. Outrossim, deve haver um maior investimento em educação, ações sociais e redistribuição de renda, a fim de diminuir as disparidades sociais e permitir um maior acesso da população carente às oportunidades, permitindo a todos a ascensão social e reduzindo os extremos que tanto motivam a violência. Logo, o país estaria enfim no caminho da almejada segurança.