Ao longo da história humana, a violência foi apresentada como um espetáculo, como na Roma Antiga em que as lutas entre gladiadores no Coliseu seriam para entretenimento da sociedade da época. Tal situação é refletida na sociedade atual, com inversão de papéis, onde os gladiadores representam a população, o Coliseu retrata o Brasil e a sociedade representa o Estado. Nesse contexto, deve-se analisar como a falha Estatal e a conduta da população influenciam na problemática. Segundo o Atlas da Violência de 2018, produzido pelo Instituto da Pesquisa Econômica Aplicada e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o número de assassinatos no Brasil está acima dos 60 mil, tornando-se a principal forma de violência nacional. Esse dado enfatiza a falha do Estado em gerir o país, que negligencia a segurança pública e não fornece verba suficiente que assegure as condições necessárias para a segurança da sociedade. A exemplo desse descaso pode-se citar o Massacre de Suzano, onde 2 atiradores entraram, sem nenhum empecilho, em uma escola e deixaram várias pessoas feridas, ressaltando ineficácia da segurança brasileira. De acordo com o filósofo Rousseau: "O homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe". Sob essa ótica, é visível que a sociedade não cumpre o seu papel ao educar crianças e jovens. Pois incetiva ou se omite diante do bullying, não punindo os agressores, contribuindo com o alto número de pessoas prejudicadas com isso, causando feridas emocionais, as quais se manifestam na forma de violência motivada pelo desejo de vingança, o que motivou os 2 atiradores de Suzano a cometerem tamanha atrocidade. Desse modo, medidas tornam-se necessárias para corrigir a problemática. Diante disso, faz-se explícita a necessidade do desenvolvimento de uma lei pelo poder Legislativo que aumente a verba governamental investida na segurança e a distribua corretamente entre os diversos setores, garantindo um sistema eficaz que supre a necessidade da população. Somado a isso, torna-se necessário maior orientação a toda sociedade através de palestras realizadas pelo Ministério da Educação juntamente com o Ministério da Saúde, veiculadas em escolas e faculdades, esclarecendo dúvidas, incentivando intervenção e a correta punição aplicada aos que cometem essa crueldade, visando exterminar essa conduta antiética presente entre os cidadãos. Quem sabe assim, o fim da luta entre os gladiadores no Coliseu deixe de ser uma utopia e passe a ser uma realidade.