"A violência, seja qual for a maneira como ela se manifesta, é sempre uma derrota". A frase do filósofo Jean-Paul Sartre pode ser utilizada no hodierno contexto brasileiro, cujo excesso de criminalidade tem ameaçado a manutenção do bem-estar da sociedade. Nesse sentido, reduzir os elevados índices de homicídio, a principal forma de violência urbana no país, que têm estado na casa dos 70%, desde 2003, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), esbarra em desafios como a falta de estímulos educacionais nas comunidades carentes e a falha estatal na repressão aos criminosos. Primeiramente, de acordo com Immanuel Kant, "O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele". Seguindo essa linha de pensamento do filósofo, nota-se que a falta de incentivo escolar entre as populações mais pobres, que estimulem o desenvolvimento social dos jovens e os auxiliem na busca por melhores condições de vida, faz com que eles vejam na criminalidade uma fonte alternativa de ascensão socioeconômica. Consequentemente, muitos deles envolvem-se em facções de contrabando de armas e drogas, levando-os a promoverem assaltos e assassinatos, e até mesmo a serem mortos em embates com as forças policiais. Por isso, é fundamental que haja um apoio socioeducacional nas comunidades mais vulneráveis, para que, a partir do amadurecimento crítico dos mais jovens, a história dessas localidades possa ser alterada. Outrossim, com base no livro Do Contrato Social, do filósofo Rousseau, o Estado é criado para que os cidadãos, ao abdicarem de suas liberdades individuais, transfiram a essa entidade a responsabilidade de manutenção da ordem. No entanto, o que se vê no Brasil é a falta de ações do Governo Federal frente aos inúmeros casos de violência urbana, que, em se tratando de homicídio, segundo o Ipea, houve mais de 60 mil em apenas um ano. Relativo a isso, recentemente, o atentado ocorrido em uma escola na cidade de Suzano abalou a população local e nacional, que se veem ameaçadas por outras possíveis tentativas como essa. Esse caso evidencia a falta da segurança não só nas escolas, mas em todos os locais, principalmente os públicos. Destarte, essa quadro poderá ser alterado quando o poder público voltar suas atenções para a demanda e preparo dos agentes policiais, além da promoção de melhorias em seus salários. Sendo assim, sabendo-se que "A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo", segundo Nelson Mandela, medidas são indispensáveis para alterar o cenário vigente. Para tanto, é necessário que equipes pedagógicas escolares, juntamente com agentes sociais, estimulem a educação nas comunidades carentes, por meio do convite aos pais e alunos para participarem de palestras e debates nas escolas, cujo foco principal seja a violência urbana no país e o papel da educação dos adolescentes e jovens na busca para acabar com esse revés na sociedade brasileira, com o fito de alterar o senso crítico e o comportamento desses cidadãos e reduzir, gradativamente, os índices de violência não só nessas localidades mais vulneráveis, mas em todo o Brasil.