Título da redação:

NÃO BASTA PRENDER

Tema de redação: A violência urbana e a falência do sistema público de segurança no Brasil

Redação enviada em 28/07/2016

Os primeiros habitantes do Brasil, pertencentes a distintas tribos já possuíam regras e instruções sobre a relação com os demais indivíduos e com o meio que o cercava. Quando em 1500 os portugueses chegaram ao Brasil, desembarcaram junto com seus tripulantes suas crenças, cultura e hábitos, entretanto como quase sempre ocorre o dominador impôs suas regras, contanto com o apoio e participação da Igreja Católica , reprimindo e eliminando aqueles que não se adequava ao ritmo de trabalho ou a conversão de sua fé. Ao longo do século XVII e XVIII as maiorias das prisões ocorriam por revoltas regionais, sendo algumas de cunho separatista, como a Inconfidência Mineira. A heresia também era punida muitas das vezes com a perda da vida. A pena de morte era um instrumento usado recorrentemente e tinha um caráter intimidador diante da população. Em 1824, com o país já independente, foi elaborada a Constituição que começou a universalizar direitos e deveres. No século XX com a migração da população do campo para a cidade, as relações sociais sofreram grandes transformações. Os grandes centros foram invadidos e a falta de moradia gerou o processo de favelização. Com a falta de políticas públicas, aumento do desemprego e o surgimento de Organizações Criminosas desafiando o poder do estado, a violência teve um grande crescimento. O perfil do preso mudou e o volume de detentos cresceu exponencialmente, enquanto o estado não se adequava a nova realidade, presídios superlotados, abusos constantes, constrangimento a familiares e condições degradantes passaram a definir o tratamento nos presídios. Chegamos ao século XXI, com o avanço da tecnologia e os recursos ajudando em fugas, planos, execuções comandadas pelo celular de dentro do presídio, rebeliões constantes, helicópteros pousando em presídio, morte e intimidação de carcereiros, expondo um estado que prende muito mas é ineficaz em ressocializar e transformar a situação de seus presos. O sistema prisional é alvo de diversos debates mas a sua melhora além de não gerar votos, conta com o desprezo de uma população cansada de violência, altos impostos e serviços ineficientes. É difícil pensar em projetos, oficinas e cursos para os presos quando o sistema não é capaz de oferecer um espaço para o preso se mover em celas superlotadas. quando os agentes envolvidos no processo trabalham sobre constante pressão, com a corrupção sendo algo concreto, gerando fragilidade e insegurança aos presos e a sociedade. A construções de novos presídios, julgamento de presos que aguardam o veredito da justiça, capacitação dos agentes penitenciários e demais profissionais do sistema, tratamento psicológico humanitário, combate a alienação do indivíduo sobre o seu papel na sociedade e profissionalização dos detentos com o objetivo de gerar inserção no mercado de trabalho após o fim da pena são medidas possíveis de serem implementadas. Assim teremos a diminuição de reincidências prisionais e possibilitaremos o retorno do indivíduo a sociedade.