Não se pode deixar de notar os crescentes casos de violência no Brasil acompanhados da falência do sistema público de segurança. A sensação de insegurança da população aumenta a cada dia, já que a ineficácia do Estado na repressão do crime é um fato presente na sociedade. Enquanto a falta de oportunidades e/ou as más escolhas de alguns indivíduos os levam à criminalidade, as falhas do governo acentuam ainda mais essa situação. É possível afirmar que os atos de violência não estão ligados à pobreza, embora, muita das vezes, são as pessoas com baixa expectativa socioeconômica que optam pela criminalidade. Esse fato é explicado por verem no tráfico uma alternativa para condições melhores, elegem essa vida por não enxergarem outra opção de sustento de suas famílias ou por toda a sua existência não ter se deparado com oportunidades de crescimento profissional e, consequentemente, econômico. Roubos, furtos e sequestros são pilares fundamentais para a sobrevivência desses criminosos. Tal falta de oportunidades é resultado de um Estado repleto de rachaduras em seus sistemas públicos. Há falhas do governo em fatores que previnem o aumento da violência como educação e emprego, na má remuneração de policiais e superlotação de presídios. De acordo com dados do Governo Federal, de 2005 a 2009 o crescimento da população carcerária foi mais de 30%, passando de 361 mil para 474 mil detentos. Os números revelam que não existe uma efetiva recuperação dos presos. Portanto, é nítido a carência do Estado quanto à violência que assola a sociedade. Por isso, faz-se necessário uma reforma educacional por parte do governo com a abertura de mais vagas para cursos de capacitação profissional e de empregos. É também essencial o restabelecimento dos presos aderindo à rotina de todos a educação básica e superior, com aulas dispondo de professores presentes, e o trabalho dentro da própria cadeia. Somente assim pode-se atenuar os efeitos do Estado violência.