Ao longo do processo de formação do estado brasileiro, do século XVI ao século XXI, a violência urbana consolidou-se e permaneceu forte por todo o território nacional. As desigualdades sociais aumentaram de maneira significativa durante a transição entre a idade moderna e a contemporânea, aliado à isso, observa-se pouco investimento do governo no sistema público de segurança. Com isso surge a problemática da violência nas cidades do abismo de diferenças sociais que segue avançando no país e da má administração do sistema de segurança público. É indubitável que a questão constitucional e sua aplicação estejam entre as causas do problema. De acordo com Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, pela justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que no Brasil, a má remuneração à polícia civil rompe essa harmonia, haja vista que,muitos policiais acabam se corrompendo em busca de uma melhor condição de vida àqueles que promovem o crime, seja fornecendo-lhes armas, seja não efetuando as devidas autuações. Desse modo, evidencia-se a importância da valorização daqueles que protegem a sociedade como forma de combate à problemática. Outrossim, destaca-se a diferença social como impulsionadora da violência urbana. Segundo Durkheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e de pensar dotada de exterioridade, generalidade e coercitividade. Seguindo essa linha de pensamento, observa-se que a pobreza pode ser encaixada na teoria do sociólogo, uma vez que, se uma criança cresce tendo contato com criminosos, como acontece nas regiões periféricas das cidades do país, possui grandes chances de adotar um comportamento criminoso por conta da vivência em grupo. Assim, o fortalecimento da violência urbana, transmitido de indivíduo à indivíduo, funciona como forte base para muitos dos crimes ocorridos nas cidades. Entende-se, portanto, que o aumento da violência urbana e a falência do sistema público de segurança no Brasil são frutos da má remuneração dos policiais e da permanência da criminalidade, oriunda da população mais carente, como intenso fato social. A fim de atenuar o problema, o governo Federal deve destinar mais verba à polícia civil e militar, além de ampliar o número de delegacias nas favelas como forma de proteção à seus moradores e diminuição de crimes nessas áreas. Dessa forma, de acordo com o equilíbrio proposto por Aristóteles, esse fato social será gradativamente minimizado no país.