Título da redação:

Criminalidade: o fruto da marginalização social

Tema de redação: A violência urbana e a falência do sistema público de segurança no Brasil

Redação enviada em 03/08/2016

O Brasil, como colônia de exploração de Portugal entre os séculos XVI e XIX, carrega consigo uma herança de desigualdade, pautada na divisão social e econômica, perpetuada pelos sistemas políticos a serviço de uma minoria. Os altos índices de criminalidade no país são fruto das diferenças socioeconômicas, do desemprego e da falta de escolaridade da população, problemas ainda não solucionados pelas políticas públicas. A banalização da vida e a ameaça ao direito de ir e vir são consequências diretas desse fenômeno constante. Segundo o Mapa da Violência, o Brasil registra 26,2 homicídios a cada 100 mil habitantes. Esse número representa 13.100% a mais dos casos registrados na Inglaterra por exemplo. A discrepância entre os dados reflete não só a precariedade do Sistema de Segurança Nacional e do Judiciário, mas a mínima atenção que essas questões recebem das autoridades. A falta de investimentos em treinamento, aplicação e armamento para os policiais como a burocracia que promove o atrofiamento dos processos judiciais, contribuem para que a população fique desprotegida e impune. Porém, a falta de escolaridade e das oportunidades de inserção no mercado de trabalho pesam de forma ainda mais significativa nos índices de criminalidade, uma vez que àqueles à margem da sociedade só resta este caminho a seguir para sobreviver. Como o tamanho espaço do crime na sociedade tem raízes históricas, a precária situação do sistema carcerário brasileiro também têm. As péssimas condições a que os presos são submetidos contribuem para a escola do crime, de modo que não há reintegração dessas pessoas no meio social, mas sua significativa reincidência aos atos que as colocaram em tal condição. Autores como Drauzio Varella, em Estação Carandiru, descrevem de forma minuciosa as situações vividas pelos presos naquele ambiente, revelando uma nítida dificuldade de mudar as suas concepções a cerca de como viver em sociedade. A criminalidade no Brasil tem heranças históricas e é pautada nas profundas mazelas socioeconômicas às quais grande parte do povo está condicionado. Portanto, a urgência em relação à sua retração é evidente para que o direito à vida de todos – ratificado pela Constituição – seja garantido. Os investimento do Estado na construção de escolas, na manutenção das já existentes e na formação de professores, como no treinamento e na remuneração de policiais civis, militares e federais podem ajudar na diminuição e na repressão do crime. A reforma carcerária também deve ser promovida pelo Governo para garantir a essas pessoas uma oportunidade de voltar para a sociedade.