Os artistas da Semana de Arte Moderna de 1922 possuíam como seu principal ideal a valorização de uma produção artística culturalmente brasileira. Apesar do grande impacto momentâneo que o movimento causou, não é possível observar esse pensamento na sociedade contemporânea no Brasil. Tal problema pode ser explicado principalmente pela complexidade da formação étnica e cultural do país e da falta de incentivo governamental existente. Em primeira análise, é possível perceber que as relações sociais do período colonial possuíram grande influência posteriormente. A figura do português posta como superior à do índio e do escravo resultou na marginalização da cultura dessses. Deste modo, o estrangeiro é valorizado enquanto a face multicultural brasileira, proveniente da grande miscigenação, é ignorada. De outra parte, o descaso do governo com a preservação de uma memória cultural é alarmante. Apesar da existência do artigo 215 da Constituição Federal, que prevê o incentivo à cultura, o incêndio do Museu Nacional demonstra que a lei não está sendo concretizada, uma vez que foram perdidos importantes pesquisas e artefatos históricos e culturais. Diante do exposto, é notória a necessidade de uma política de intervenção. Compete aos Governos Municipal e Estadual a criação de um projeto educacional de visita a museus nacionais, por meio de excursões semestrais disponibilizadas a cada série do ensino fundamental e médio, com o objetivo de educar o aluno sobre a importância da preservação da memória histórica. Dessa forma, será possível construir um país do qual os modernistas poderão se orgulhar.