Desde o início da colonização portuguesa no Brasil, índios, africanos, europeus e asiáticos passaram pelo território e misturaram-se, deixando um pouco de seus costumes e crenças. Dessa forma, foi estruturada a cultura rica e singular do país, que é cheio de pessoas de diferentes cores e religiosidades. Embora espera-se que o seu povo respeite as diferenças e seja imparcial, ainda há nos brasileiros uma sensação de inferioridade e atitudes preconceituosas com sua própria diversidade. Nessa perspectiva, um dos principais grupos que sofrem com a intolerância cultural são os negros e os índios. Sendo o início da história nacional marcado pela escravidão desses pelo homem branco, as suas práticas culturais foram intoleradas por muitos anos. Há exemplo disso, destaca-se a proibição da capoeira, na época da aprovação da Lei Áurea. Atualmente, a ideia só mudou de cenário, pois o negro ainda é marginalizado nas cidades brasileiras, mesmo em um país onde se come comidas derivadas do africano, como a feijoada, e se fale palavras derivadas das tribos indígenas, como mandioca e pipoca. Além disso, os índios vêm perdendo suas raízes históricas, visto que muitos são levados a adentrar na cultura globalizada -utilizando celulares e roupas industrializadas- e acabam desperdiçando a identidade de suas origens para se encaixar na sociedade moderna. É importante, também, analisar a exorbitante valorização dada pelo brasileiro à cultura de outros países. Nessa contexto, Nelson Rodrigues, importante jornalista e escritor brasileiro, acreditava no Complexo de Vira-lata, onde afirmava o quanto o brasileiro inferioriza-se e é influenciado pelos países desenvolvidos. Isso é demonstrado em pequenas atitudes, como quando chama-se objetos pelo nome na língua estrangeira quando existe a mesma palavra no português, como o "mouse". Além disso, cada vez mais estão sendo incluídas tradições de outras nações, como o Halloween, enquanto festas populares que incentivam a nossa cultura não possuem a mesma visibilidade. Pode-se dizer, portanto, que o Brasil necessita valorizar a beleza de sua pluralidade cultural e social, antes de qualquer estrangeirismo. Por isso, é válido que as escolas em geral disseminem e valorizem a cultura brasileira, com palestras informativas e comemoração de dias importantes para a história, como o Dia do Índio. Acrescenta-se o papel do Governo Estadual, que deve promover e incentivar as festas populares de seu estado, com ajudas de custo e divulgação nos meios midiáticos, incentivando a presença dos cidadãos. Assim, cada indivíduo terá consciência de suas raízes históricas e respeitará mais o próximo.