Artes cênicas, literaturas e cinema, por exemplo, simbolizam algumas das manifestações da identidade cultural de um povo que deve ser preservada, sendo para isso, indispensável o investimento em cultura nacional. O Brasil, país com vasta riqueza cultural, enfrenta questões de desigualdade ao acesso a cultura. Ante essa questão, faz-se necessário reconhecê-la como uma necessidade básica que contribui para o desenvolvimento de todos os cidadãos. A questão do investimento cultural está atrelada, entre outros fatores, ao processo histórico das civilizações. Na Idade Moderna, no Renascimento cultural na Itália, alguns nobres e o clero investiam em artistas, patrocinando a expressão cultural. Hoje, ocorre algo parecido no Brasil: as pessoas físicas e empresas que colaboram com a propagação da cultura nacional, quando devidamente comprovado, recebem como benefícios incentivos fiscais do governo através da aplicação da Lei Rouanet que busca proteger e valorizar as expressões culturais do país. Considerando áreas como a saúde e a educação, o investimento em cultura no Brasil ainda é baixo. É necessário admitir que a expressão cultural de um povo é parte fundamental para o desenvolvimento do homem, uma vez que melhora a qualidade de vida, amplia a visão de mundo, diminui as desigualdades e diferenças e permite ao homem conhecer suas raízes e fortalecer sua identidade. Diante disso, os bens culturais como o teatro, cinema, artesanato, patrimônio, dentre outros, devem estar ao alcance de todos os brasileiros visto que é um direito fundamental assegurado pela Carta Magna. O fato é que a maioria dos brasileiros não tem contato com as expressões culturais do país. São pessoas que não conhecem um teatro, não tiveram acesso a uma obra literária e que não sabe sua própria história. No entanto, é justo reconhecer iniciativas públicas e privadas que visam minimizar essa realidade, como ,por exemplo, o projeto Cine Mais Cultura, desenvolvido pelo Ministério da Cultura e que tem o objetivo de democratizar o acesso ao cinema nacional com exibição de filmes em espaços públicos; e iniciativas privadas como o projeto SESI Bonecos do Mundo que divulga artes cênicas levando conhecimento e entretenimento à população. Nessa perspectiva, para que haja uma efetiva valorização da cultura nacional é imprescindível o esforço coletivo. As Secretarias de Cultura municipais devem criar projetos de oficinas e cursos de teatro, aderir ao projeto Cine Mais Cultura do governo federal e promover eventos que tratem da cultura regional e nacional. Os municípios deverão investir na construção de bibliotecas municipais a fim de que a sociedade tenha acesso aos acervos clássicos e contemporâneos. A população previamente orientada por campanhas públicas e eventos culturais orientará filhos e familiares sobre a importância da valorização da história de um povo. A educação é o ponto nevrálgico deste processo de modo que as escolas sejam um canal de debate a fim de consolidar valores éticos e morais nestas e nas próximas gerações. E o próprio indivíduo deve buscar se integrar em projetos sociais, deixando de ser um espectador da arte e passando a ser um produtor. Assim, através destas e outras medidas, a sociedade se tornará cada vez mais consciente de sua responsabilidade na valorização e no investimento em cultura nacional.