Sentenciou o filósofo Zygmunt Bauman, em “Vidas desperdiçadas”: “Onde não há pensamento a longo prazo, dificilmente pode haver um senso de destino compartilhado.” Assim, a fim de promover uma convivência social harmônica, no Brasil contemporâneo, é de suma importância introjetar valores éticos e morais desde a tenra infância. O país, por sua vez, urge por uma postura ética dos cidadãos, para que as mazelas sociais sejam combatidas por toda a conjuntura de cidadãos. Em virtude dos problemas cotidianos, muitas pessoas demonstram, hodiernamente, indignação com o comportamento alheio. Entretanto, no intuito de melhorar o cenário em que se está inserido, é indispensável começar por intermédio das ações individuais. O conjunto delas configura a ética, isto é, a decisão humana sobre a conduta, o modo de agir, escolher e julgar por si mesmo. Devido à crise econômica, às altas taxas de desemprego e à carência de assistência pública ao bem-estar social, o altruísmo torna-se imprescindível, a fim de manter-se ativo, conservando a saúde física, psicológica e espiritual. Preocupar-se com o outro é, dessa maneira, uma tendência ética que visa ao benefício coletivo. Consoante o pensamento dos sociólogos Pierre Bordieau e Michel Foucault, nossos corpos são socialmente construídos, e nossos afetos são inseparáveis das regras e princípios sociais que decidimos obedecer. Então, uma vez que adotar valores éticos é uma ação intersubjetiva, é preciso utilizá-los também contra a intolerância, o racismo e a xenofobia no Brasil, já que essas demonstrações pertinentes de violência rompem a dignidade humana de parte significativa da população. Na medida que livra-se das corruptelas individuais no cotidiano, há o combate à corrupção política consolidada no país, em detrimento das gerações vindouras. Com o fim precípuo de conscientizar a sociedade sobre a sua participação como agente político, faz-se necessário, portanto, que as instituições de ensino debatam sobre ética em palestras elucidativas, dirigidas por professores sociólogos, em diálogo com os pais e responsáveis, visando a uma comunidade menos corrupta. Outrossim, concerne aos indivíduos, utilizar as mídias sociais como instrumento do diálogo salutar a respeito dos problemas da comunidade, para que se possa cobrar dos governantes uma postura ética diante do papel a ser cumprido politicamente.