Título da redação:

Gosto amargo

Tema de redação: A urgência de valores éticos na contemporaneidade brasileira

Redação enviada em 11/10/2018

No clássico Apologia de Sócrates, escrito pelo filósofo Platão, é narrado o discurso de Sócrates a fim de demonstrar sua inocência em frente às acusações de 3 atenienses. No entanto, verifica-se que a falta de ética, tanto dos acusadores quanto dos jurados, culminou na morte do maior filósofo grego. De maneira análoga, convém analisar como a ética está inserida, hodiernamente, demonstrando as principais causas e consequências de sua falta para o Brasil. Ao decorrer da história do homem, os valores éticos são alterados de acordo com a nação, crença e período histórico. Isto posto, subentende-se que os valores são mutáveis e se adequam ao momento. Todavia, com o fito de padronizar alguns conceitos inequívocos ao ser, criou-se os Direitos Humanos, em 1948, sendo vinculado mundialmente - por mais que algumas nações insistam em não participar de tal pacto benévolo. Contudo, habitar um país subjugado por valores éticos, como estabelecidos pela ONU, não torna seus cidadãos, obrigatoriamente, respeitosos uns com os outros. Desse modo, por falta de investimento na educação e do não cumprimento das leis contra os anarquistas à ética, o mal inato ao ser humano, como elucidado por Aristóteles ao falar sobre o pior animal, sendo esse o homem que não pratica atitudes éticas, nota-se que, para o Brasil, um país ético, em sua totalidade, ainda faz parte do sonho de nação perfeita. Outrora, no final do século XX estabeleceram-se direitos para os habitantes do Brasil, consolidados na Constituição de 1988. Entretanto, tais direitos estão vinculados à ética, sendo imprescindíveis para o equilíbrio social, como retratado na filosofia aristotélica sobre o governo como instituição responsável por promover o equilíbrio no tecido social. Dessa forma, a falta de ingredientes indispensáveis para a plena cidadania tende a amargar o gosto dos brasileiros como a cicuta que matou Sócrates injustamente. Destarte, mais do que obrigação do povo, e governo, em ser justo, é fomentar tal prática na nação. Por meio de sociólogos e psicólogos disponibilizados pelo Ministério da Educação, pagos com impostos estaduais destinados à educação e cultura, o debate sobre ética e sua inegável premência, no Brasil, deve acontecer nas escolas de todo o país, pois uma nação é modificada pelas futuras gerações. Consequentemente, o debate será incitado nos lares, pelos filhos/alunos, e com o passar das estações a população estará mais educada sobre a importância da ética para uma sociedade. Só assim, a ética tende a alcançar padrões idealizados e Sócrates não terá tido uma morte vã.