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Tema de redação: A urgência de valores éticos na contemporaneidade brasileira

Redação enviada em 20/05/2018

Sofia e Palha, personagens de Machado de Assis na obra “Quincas Borba”, dissimulam uma amizade por Rubião por conta de interesses financeiros. Este é somente um exemplo de atitude antiética, que desde tempos imemoriais perpetuou-se tanto nas relações pessoais como profissionais. A questão da exigüidade de valores éticos no Brasil revela-se de difícil resolução, seja por atingir a sociedade como um todo, seja pelo egocentrismo que rege a humanidade. O caráter antiético da conduta dos brasileiros, em geral, é comparável à obra “O Cortiço”, de Aluísio Azevedo, em que a corrupção do meio incorpora-se a todos os que nele residem; haja vista que pequenas ações diárias são subvertidas, como furar a fila no mercado ou estacionar em vaga para cadeirante, tanto por comodismo como por carência de estima pelos outros. Por conseguinte, em qualquer ambiente ou hierarquia é possível presenciar atitudes corrompidas, caracterizando uma crise de valores éticos. Segundo Dostoievski, filósofo russo, a mentira é o único privilégio do homem sobre os outros animais. Nessa perspectiva, os recentes casos de adulteração do leite com compostos tóxicos no Brasil denotam a capacidade que as pessoas tem de enganar umas às outras. Isso ocorre em decorrência de egoísmo e egocentrismo, visto que os responsáveis buscam apenas o lucro em detrimento da saúde do próximo, configurando conduta antiética. Depreende-se, portanto, que a crise de valores éticos na contemporaneidade brasileira, embasada em atitudes egoístas, atinge toda a esfera social. Assim, cabe à família, antes de tudo, orientar os jovens a agirem de modo correto, colocando-se no lugar do outro antes de tomar decisões. Ademais, impende ao Governo Federal pôr em voga a temática da ética por meio de propagandas televisivas expondo pequenas atitudes prejudiciais passíveis de serem evitadas, tendo em vista uma boa convivência social.