Título da redação:

Coletividade ética prezando o bem comum

Tema de redação: A urgência de valores éticos na contemporaneidade brasileira

Redação enviada em 05/05/2018

O filósofo e sociólogo Jurgen Habermas denomina ética como ''ética de discurso'', que possui como meta o consenso. Analisando o pensamento e relacionando-o ao conceito de ética na contemporaneidade, isto é, a maneira do indivíduo ser disciplinado, segundo regras/normas de boa conduta, bons costumes, honestidade e amor, percebe-se que tal visão de ética com fins democráticos só é válida com argumentos idôneos para unanimidade, porém, hodiernamente, o indivíduo que procurava liberdade e pleno desenvolvimento em harmonia instintivamente vê-se sozinho, com uma clara omissão dos problemas éticos e a construção de uma política baseada em critérios de poder. É notório que absurdos cotidianos, desde ''pequenos'', como furar fila, comprar produtos piratas, até ''grandes'', como arrastar uma mulher baleada por 350 metros em um carro em movimento, visto na região metropolitana do Rio de Janeiro, trazem a ética em xeque, já que não é uma simples lista de condutas a serem seguidas, e sim uma atividade coletiva de reflexão acerca das atitudes humanas e suas consequências. Outrossim, cada atitude individual possui uma influência coletiva, ou seja, todos servem como exemplo uns aos outros, e tais microcorrupções do dia a dia ausentam a capacidade de indignação, passando o ato como comum/normal e aumentando, gradativamente, a crise ética no Brasil. Pode-se mencionar a ''Alegoria da Caverna'' de Platão, em que remonta o condizente à corrupção no serviço público e a distinção do público e privado, expondo a violação de princípios básicos da ética: transparência e responsabilidade. Conforme o exposto, é de suma importância que a luta pela ética possua preocupação com melhores condições de vida não só individual como coletiva, incluindo a sociedade, no qual a democracia seja realizada de acordo com princípios éticos, visando o desenvolvimento em harmonia e a ausência de parâmetros de poder, como a corrupção. Assim como, por parte do Ministério da Educação, deve haver campanhas de consenso, expondo as consequências do olhar ''comum'' sobre certos atos que levam a intervenções maiores, prejudicando não somente a si mesmo, como também o próximo, para que cada cidadão adote uma postura mais ética quanto às microcorrupções, ou atos considerados ''pequenos'', e ações ''grandes'', dando o exemplo desde menores condutas, a fim de que, assim, a conscientização preze pelo bem comum, seguindo os valores éticos de forma reflexiva coletiva.