Título da redação:

A crise moral e o jeitinho brasileiro

Tema de redação: A urgência de valores éticos na contemporaneidade brasileira

Redação enviada em 26/11/2018

__________________________________________________ Olá, vou prestar um vestibular que tem os mesmos critérios de correção do ENEM. A única diferença é que a banca dá um maior enfoque aos parágrafos de desenvolvimento e não exige uma proposta de intervenção detalhada. Sei que vocês só corrigem redação modelo ENEM, mas peço que por favor, considerem esses dois critérios para a correção de minha redação. Grato! __________________________________________________ Immanuel Kant alegava que o ser humano deve agir de tal forma que a sua conduta possa se transformar em uma lei universal. Entretanto, é visível que a sociedade brasileira carece de valores morais, essenciais para a vida em coletividade. Nessa perspectiva, é imprescindível analisar não só a grave falha na educação familiar como também a crise de cunho moral presente na contemporaneidade. Em frente dessa gravidade, urge a tomada de medidas eficazes no intuito de atenuar essa problemática. Em virtude da premissa em voga, o filósofo Mário Sérgio Cortella afirma que a família é o ponto de partida da formação ética. Sob esse viés, compreende-se que é no âmbito doméstico que os valores éticos e humanitários sãos absorvidos pelos indivíduos, além de serem um modelo influenciador, uma vez que as crianças imitam os padrões de comportamento dos pais e/ou responsáveis. Ademais, em virtude do escasso convívio familiar na vida moderna, percebe-se a frequente ausência desses valores, o que resulta em cidadãos com desvios de conduta. Dessa forma, é inegável que a criança constitui um reflexo do meio em que vive. Em adição a isso, o historiador Sérgio Buarque de Holanda na obra “Raízes do Brasil” cunhou o termo “homem cordial”, que está intrinsecamente ligado ao típico “jeitinho brasileiro”, nome esse aplicado às ações antiéticas e ilegais praticadas corriqueiramente com o objetivo de se dar bem. Isso posto, é possível enxergar a falta de ética no dia a dia do brasileiro, com pequenos atos de corrupção e pessoalização das relações, tornando-se fácil quebrar as regras sociais. Consequentemente, é comum colar nas provas, furar a fila, subornar as pessoas ou até mesmo parar o carro na calçada. Desse modo, essas atitudes nocivas acabam se fixando no inconsciente coletivo das futuras gerações. Destarte, é preciso que a construção de valores morais seja fomentada por agentes com medidas sinérgicas que visem a vida em sociedade. Para tanto, cabe às escolas, em parceria com a família, a realização de palestras mensais, com o fito de mostrar campanhas de engajamento, para que cada cidadão adote uma postura mais ética quanto às microcorrupções, além de que a família se mantenha presente e com diálogos na vida de seus filhos, mantendo a reflexão coletiva da sociedade brasileira. Logo, a premissa de Kant se configura como algo mais próximo de concretizar-se.