A corrupção tem sido tema constante no dia a dia dos brasileiros. Sempre estampando capas de jornais e revistas país afora, os grandes escândalos, marcados pelos imensos rombos nos cofres públicos, recebem atenção também em grandes veículos da mídia internacional, tais como, The Guardian e The New York Times entre outros. Embora sua inquestionável presença – assim como suas lamentáveis consequências –, seja motivo de incontáveis discussões, nem sempre suas causas tão enraizadas na sociedade brasileira, recebem a devida atenção. Caracterizado pelo sociólogo Sergio Buarque de Holanda, em sua obra Raízes do Brasil, como “homem cordial”, o brasileiro tem uma série de características que colaboram com a corrupção instalada nas altas esferas do poder público. Entre elas a dificuldade em distinguir o bem público do bem privado, tornando-o propenso a tomar para uso pessoal, o que pertence à todos. No entanto, a corrupção da sociedade não começa nas altas esferas de poder, ela tem seu rastro em toda a sociedade civil, nos milhões de cidadãos, das diversas classes sociais, que a praticam frequentemente em suas mais variadas formas. Em suma, a falta de ética nos políticos, é apenas um reflexo da falta da mesma em toda a sociedade. O que, se pode constatar, pelos quase setenta mil homicídios ocorridos anualmente, e pelo grande número de acidentes causados por motoristas sobre o efeito de álcool, que em muitas vezes também deixam saldo de pessoas mortas. É possível dizer então, que a sociedade brasileira sofre não apenas com uma crise política e institucional, mas também uma crise de consciência de ordem moral e ética, que é por sua vez causadora da primeira. Tendo em vista a reconstrução da consciência brasileira, é necessário, portanto que o governo invista mais na educação de base, já que é ela que forma a consciência cidadã e social dos futuros homens e mulheres. A escola é onde a importância da ética pode ser passada por meio de professores, que tiveram em sua formação matérias relacionadas ao assunto. É, portanto, de vital importância que as universidades promovam o assunto com congressos, debates etc. Para essa iniciativa é preciso também, que as mídias deem ao assunto a sua devida importância, veiculando conteúdos que fomentem o pensamento crítico acerca da questão. Assim, em um futuro não tão distante, o Brasil vai se curar dos males acarretados por não ter valores éticos fortemente presentes em sua cultura.