A Revolução Verde, na década de 60, deu início à modernização e utilização massiva de agrotóxicos na agricultura com o intuito de aumentar a produtividade. Atualmente, o Brasil utiliza diversos produtos que são proibidos em outras partes do mundo e é campeão mundial do uso dessas substâncias que, além de consequências à saúde da população, também prejudicam o meio ambiente. Os agrotóxicos, conforme o próprio nome diz, são produtos nocivos à saúde. Como essas substâncias não são eliminadas do organismo, ocorre a bioacumulação, que causa graves efeitos ao ser humano. Segundo pesquisas desenvolvidas pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO) e pela Fundação Oswaldo Cruz, os agrotóxicos podem causar diversas doenças, como problemas neurológicos e motores, má formação fetal e câncer de vários tipos, além de já contaminarem até mesmo o leite materno. Sendo assim, a exposição contínua a esses produtos torna-se uma questão de saúde pública. Outrossim, o uso contínuo de agrotóxicos diminui a fertilidade do solo e cria um ciclo negativo: plantas cada vez mais doentes, “pragas” cada vez mais resistentes, solo cada vez mais pobre e necessidade cada vez maior de adubos químicos e agrotóxicos, que contaminam também os lençóis freáticos. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Brasil expandiu a utilização desses produtos em 190% nos últimos 10 anos e extrapola o nível tolerável. Em virtude do aumento do uso de substâncias tóxicas, o consumo por parte da população e dos animais também cresce, o que causa doenças e desequilíbrio nas cadeias alimentares. Torna-se evidente, portanto, que o uso de agrotóxicos é prejudicial. Em razão disso, o Governo Federal deve mudar as políticas públicas, por meio do banimento dos agrotóxicos e da implantação de uma política nacional e o incentivo às feiras de agroecologia, que é um sistema de produção sustentável com uso de adubos naturais que mantém o solo fértil e produtivo, além de ser economicamente viável, socialmente justo, gerar empregos e competitividade entre os grandes e pequenos produtores rurais. Dessa forma, a população poderá consumir alimentos com qualidade e livres de substâncias nocivas à saúde.