A obra Primavera Silenciona, de Rachel Carson, datada de 1940, introduziu a discussão sobre o modo como eram combatidas as pragas na agricultura, relatando os danos dos agrotóxicos. Nesse ponto, observa-se que ainda há uma tendência à estimulação ao uso de pesticidas, ao mesmo tempo que existe uma passiva discussão no que concerne aos efeitos, a longo prazo, desses compostos na saúde da população e ao ecossistema. Faz-se necessário, assim, analisar tais pontos. Em um primeiro momento, é válido ressaltar que, sendo incerto as consequências de muitas das substância usadas, é danoso negligenciar discussões acerca do tema. Isto é, assim como os casos do DDT, agrotóxico proibido por conta da maleficidade ao organismo, em que só foram identificados anos após o seu uso, introduzir novos herbicidas sem a participação de diversos órgãos, como o de Saúde e laboratórios especializados, restringindo as decisões unicamente ao Ministério da Agricultura, pode influenciar e limitar a sistematização dos efeitos dessas substâncias. Ademais, esses agrotóxicos podem causar danos ao ecossistema. Ou seja, o uso exacerbado e sem um estudo da área pode alterar as interações entre a diversidade da fauna do local, visto que uma grande parte desses compostos são organoclorados, ou seja, tendem ao acúmulo na cadeia alimentar, transmitindo os efeitos às outras espécies, inclusive os seres humanos. Tal processo tende a culminar em um ciclo, em que as consequências podem demorar a, de fato, aparecerem. Fica claro, portanto, que o uso indiscriminado, sem uma análise dos efeitos futuros, é maléfico a toda a sociedade, sendo necessário um trabalho conjunto. Para isso, o Ministério da Agricultura deve atuar em conjunto com o Ministério da Saúde e centros de saúde universitários na seleção de novos herbicidas, criando uma comissão, de várias esferas, para que a triagem seja a mais rigorosa possível. Além disso, o Ministério do Meio Ambiente pode atuar na fiscalização cooperativas de agricultura, contratando fiscais para, trimestralmente, coletarem dados da biodiversidade da área. Só assim, gradativamente, o uso de agrotóxicos será bem administrado.