O advento da Revolução Verde no século XX teve como principal objetivo amenizar a fome no mundo, por meio não só da utilização de máquinas modernas, como também a de agrotóxicos no campo. O que seus pensadores não imaginavam, porém, era que esse uso se tornaria tão alarmante, principalmente em países onde o Estado infelizmente tolera essa conduta, a exemplo do Brasil, gerando graves efeitos para a sociedade. Mormente, é indubitável que o Estado brasileiro é excessivamente permissivo com o uso de agrotóxicos no país. De fato, isso é perceptível na aprovação do projeto de lei ou "PL do veneno" pela câmera, o qual amplia a variedade de produtos químicos no país. Dessa maneira, o poder público revela sua absurda ineficiência em preservar o ambiente e a saúde dos cidadãos, o que é dever dele para o francês Michel Foucault. Ademais, é ingênuo acreditar que os agrotóxicos não comprometem o ecossistema. Isso acontece porque, como afirma o filósofo do século XX Max Weber, o avanço tecnológico não pressupõe o avanço social. Logo, mesmo que o objetivo do uso de agentes químicos seja aumentar a produção e, consequentemente, a venda, já que o Brasil é um grande agroexportador, o uso deles pode causar doenças, lesões cerebrais e hepáticas, surgimento de câncer e até morte, além de contaminar os lençóis freáticos e comprometer as cadeias alimentares. Percebe-se, então, o quão inaceitável é a permanência da tolerância desses "venenos". Destarte, fica axiomática a irresponsabilidade do Estado com o povo e as consequências geradas por essa conduta. Urge, assim, que o Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Saúde, leve informação para as escolas e universidades, por meio de palestras e seminários ministrados por agentes de saúde com uso de levantamentos estatísticos, os quais explanem os perigos dos agrotóxicos, mobilizando toda a sociedade contra leis que tornam a problemática ainda mais alarmante. Somente com medidas como essa, a tecnologia será utilizada somente usada para o que trás mais qualidade de vida no Brasil.