Assim como no período da Revolução Verde, pós Segunda Guerra Mundial, o uso de pesticidas e agrotóxicos é utilizado para aumentar a produtividade agrícola e diminuir o custo de venda, podendo assim suprir as necessidades de países em desenvolvimento. Porém, o uso desses defensivos está ligado a uma série de danos para a saúde e para o meio ambiente. Deve-se analisar, portanto, como a posição de agroexportador e a bancada ruralista no Brasil influenciam nesses problemas. Por ser um país de clima tropical e de solos férteis, o Brasil destaca-se como terceiro maior agroexportador do mundo, estando atrás apenas dos Estados Unidos e da União Europeia. No entanto, segundo dados da Organização Mundial da Saúde, desde 2008 o Brasil é líder mundial em consumo de agrotóxicos. Isso por que, as características que destacam o país nesse ramo, também são responsáveis por um aumento na incidência de pragas. Contudo, a utilização contínua desses insumos é responsável pela contaminação de rios e dos seres vivos presentes na região, que podem ser consumidos pelos humanos, gerando um efeito em cadeia. Ademais, além do problema relacionado a natureza, a permissividade dos agrotóxicos por meio da política no Brasil também é um dilema a ser enfrentado, pois a bancada ruralista inclina-se a atender os pedidos de grandes latifundiários, que concentram a maior parte das terras no país. Assim, com o intuito de diminuir os danos as lavouras, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima que os brasileiros consomem cerca de 5 litros de agrotóxicos anualmente -esse dado recai principalmente sobre parcela mais pobre do país, pois a produção de produtos orgânicos e livre desses defensivos torna o preço final do produto até 30% maior- acarretando em problemas de saúde, como intoxicações e câncer. Nessa perspectiva, fica evidente que a utilização de agrotóxicos acarreta em sérios problemas de saúde para quem produz o alimento, para quem consome e ao meio ambiente, assim como na Revolução Verde na década de 50, que além de tudo, não resolveu o problema da fome. É necessário, portanto, que a Anvisa, juntamente com os Ministérios da Agricultura e da Saúde, limite a quantidade de agrotóxicos permitidos no Brasil e promova uma substituição por biopesticidas, que não comprometam o meio ambiente. O Governo Federal, também deve dar incentivos fiscais aos produtores de alimentos orgânicos, visando a diminuição nos preços. Para assim, diminuir os problemas na saúde pública e os danos causados ao meio ambiente.